O presidente do TRF4, Thompson Flores, está tendo neste momento uma audiência privada com o ministro da justiça, Torquato Jardim, em Porto Alegre.

De acordo com a Justiça Federal, é uma visita institucional.

A imprensa não terá acesso.

O encontro ocorre antes do julgamento do ex-presidente Lula, na próxima semana.

Thompson já havia tido uma reunião com a presidente do STF, Carmen Lúcia, para falar de ameaças que os magistrados estariam recebendo, antes do julgamento da próxima quarta-feira.

Acordo com manifestantes Segundo o ministro, o encontro teve como objetivo garantir a cooperação entre as instituições para o andamento pacífico das manifestações referentes ao julgamento do dia 24. “Temos que proteger o patrimônio e a ordem pública.

O Estado democrático de direito é de livre manifestação, desde que respeitados os princípios da boa convivência e obediência à Constituição e às leis”, enfatizou Jardim.

O presidente Thompson agradeceu a cooperação dos órgãos ligados ao Ministério da Justiça que estão garantindo a segurança para o julgamento, como Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). “É muito importante ressaltar o trabalho conjunto que está sendo desenvolvido por todas as instituições e órgãos de segurança para garantir a serenidade neste momento”, disse o magistrado.

Sobre a questão das ameaças à instituição e aos magistrados do TRF4, Torquato Jardim alertou que “existem muitas pessoas fazendo ameaças por fazer, protegidas pelo anonimato.

Mas nada de concreto até agora foi apurado para que se tome alguma medida específica”, garantiu o ministro.

O Secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, participou da reunião e chamou a atenção para a importância do acordo homologado judicialmente com os movimentos sociais. “Eles se comprometeram a respeitar os locais reservados para manifestação e a resguardar o patrimônio público e privado”, explicou o secretário.

Também participaram do encontro o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), Carlos Alencastro, o diretor de Polícias Penais, Joel Amaral, o secretário nacional de Segurança Pública adjunto, Alexandre Mota, e o assessor de imprensa do Ministério da Justiça, Ugo Braga.

Além do presidente Thompson Flores, a comitiva foi recebida pela vice-presidente do TRF4, desembargadora federal Maria de Fátima Freitas Labarrère, pelo corregedor regional da Justiça Federal da 4ª Região, desembargador federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira, e pelo presidente da Comissão de Segurança do TRF4, desembargador federal Márcio Antônio Rocha.

Críticas de Lula “Eu acho estranho o presidente do tribunal [TRF-4]dizer que não leu a sentença mas que ela é irretocável”, afirmou o ex-presidente Lula no Twitter e em discurso feito no ato realizado a seu favor no RJ em 16 de janeiro.

Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Paulo em 6 de agosto de 2017, o presidente do TRF-4 afirmou o contrário do que disse Lula.

Thompson Flores disse que havia lido exclusivamente a sentença de condenação emitida pelo juiz federal Sérgio Moro e que ela – e não todo o processo – era tecnicamente “irretocável”.

Na mesma entrevista, perguntando se confirmaria a sentença de primeira instância caso fizesse parte da 8ª Turma, o presidente do TRF-4 destacou que não tinha lido as provas: “isso eu não poderia dizer, porque não li a prova dos autos.

Mas o juiz Moro fez exame minucioso e irretocável da prova dos autos.” A assessoria do ex-presidente Lula não comentou as declarações.