Ao retomar o mandato em São Lourenço da Mata por decisão judicial, o prefeito Bruno Pereira (PTB) tenta afirmar que quer manter uma boa relação com o vice, Gabriel Neto (sem partido), com quem rompeu, mas transparece críticas e alfinetadas. “É aquilo do vice querendo assumir o lugar do prefeito”, ironizou nessa quarta-feira (17), primeiro dia de mandato após ficar três meses afastado por ser investigado na Operação Tupinambá.

O petebista chegou a colocar o vice como “inimigo” ao acusá-lo de não disponibilizar documentos para a sua defesa.

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O segundo na linha de sucessão, o presidente da Câmara dos Vereadores, Dênis Alves (Podemos), também é opositor do prefeito. “Acredito que não vou viajar nem tão cedo”, brincou. “Minha preocupação é de estar em são lourenço da mata para recuperar o tempo perdido e trabalha.” Gabriel Neto aponta funcionários fantasmas Em nota após deixar a prefeitura, Gabriel Neto também deixou claro que a recíproca é verdadeira e o clima não está amistoso do lado contrário. “Encontramos a Prefeitura em setembro passado em estado calamitoso e sem nenhuma condição de termos uma governança tranquila, naquele momento”, afirmou. “Exoneramos funcionários fantasmas e cortamos gratificações absurdas e indevidas”, acusou.

O vice ainda lembrou que o prefeito é alvo de um inquérito aberto pela Polícia Civil e ainda não concluído. “Em todos os cargos públicos que ocupei/ocupo (vereador, vice-prefeito, secretário municipal e prefeito em exercício), honrei com minhas obrigações de ser honesto e decente, sempre pensando nas pessoas, principalmente nas que mais precisam”, afirmou. “Ressalto ainda que, apesar do retorno ao comando do município, estamos atravessando uma investigação policial contra o meu ex aliado e prefeito, Bruno Pereira (PTB).

Por esse motivo, continuarei aguardando com serenidade quaisquer desdobramentos que envolvam esta investigação.” Apesar da decisão do desembargador Alberto Nogueira Virgínio, relator substituto de um recurso de Pereira ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), de reconduzir o prefeito ao cargo, o Ministério Público ainda pode recorrer à Seção Criminal do tribunal.

O petebista diz estar confiante de que vai concluir os três anos de mandato que restam.