É tempo de resistência e de acender esperança Antônio Campos Advogado e escritor Estamos em uma luta em defesa de uma causa, que muitos ainda não compreenderam a dimensão política, histórica, social e estratégica da mesma.
Dizer não à privatização da Eletrobrás, da Chesf e do Rio São Francisco, é dizer sim ao Brasil. É possível um novo caminho, que se discuta o tamanho do Estado, mas não se abra mão de setores estratégicos nacionais.
Assim, foi a luta do Petróleo é Nosso, que teve, entre outros, a presença emblemática de Monteiro Lobato.
A Eletrobrás é dos brasileiros.
A Chesf é uma empresa estratégica para os nordestinos.
O Rio São Francisco é o rio da integração nacional e é inalienável. É chegada a hora de dizer não aos assassinos de esperança, aos vendedores de falsas ilusões e tecnocratas que liquidam o patrimônio público feito com o trabalho e o suor de nosso povo e acender um facho de luz que ilumine um novo caminho.
Sim, nós podemos ser senhores e protagonistas de nossa história.
O Brasil é maior que a crise que atravessamos e temos que buscar inspiração naqueles que lutaram e fizeram deste país uma nação, cujo projeto precisa ainda ser completado.
Arraes lutou pela Transnordestina, que irá integrar o Nordeste.
Não, a que infelizmente está aí e precisa ser reformulada.
Pediu ao Presidente Lula que resgatasse o sonho de Dom Pedro II, personagem que a história redescobriu.
Foi iniciativa de Arraes, ainda durante o governo de Fernando Henrique, que a Transposição do Rio São Francisco tivesse também o eixo leste, que beneficia Pernambuco e mais estados, tornando mais abrangente essa obra.
Ele também foi figura central para evitar, noutro momento, a privatização da Chesf e do Rio São Francisco.
Tinha noção e visão estratégica do Nordeste e do Brasil.
Lutou até o fim pelo que acreditava.
Arraes não se rendeu e os seus sonhos vivem e nos inspiram.
A vitória nessa luta está na capacidade de nossa união em prol da causa nacional e de bandeiras que nos unem, independentemente de divergências pontuais e de colorações partidárias.
O Brasil nos convoca nesse momento desafiador e não podemos faltar ao Brasil.
A esperança vencerá o medo e o ódio e mostrará o caminho de um Brasil melhor, com mais justiça social e desenvolvimento sustentável, sem abrir mão da soberania nacional.
Um grupo de mineradores que resistiu no Chile mudou a história daquele país.
Vejo no olhar de vocês eletricitários e das pessoas que vivem nas margens do Rio São Francisco uma centelha de esperança, de capacidade de luta em resistir em defesa do patrimônio nacional e de um projeto diferente para o Brasil, que não seja o de baixar a cabeça ao sistema financeiro que manda privatizar para alimentar uma divida pública, que precisa ser auditada e reestruturada, para podermos ter saúde, educação, segurança e comida nas mesas dos brasileiros.
Mais do que um déficit público, temos uma imensa dívida social, que precisa ser paga.
Foi aqui, nessa região, que Canudos não se rendeu.
Talvez o episódio mais emblemático da nossa história.
Imortalizado através da literatura de Euclides da Cunha, de Vargas Llosa e dos cantadores populares do nordeste que a cantaram em prosa e versos. É hora de resistência e de acender esperança. É hora de lutar por um outro Brasil.
Mais igual, mais participativo, mais soberano, com menos corrupção e desmandos, mais brasileiro e popular como nos ensinou o Mestre Ariano Suassuna.
Chegou a hora de sairmos da inércia para a ação e construirmos o futuro que sonhamos e que começa agora com a força de nossos sonhos, ações e de nossas escolhas. É hora de lutar pelo Brasil!