De acordo com a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, o presidente da República, Michel Temer, determinou ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, além do presidente da CEF, Gilberto Ochi, que afastem imediatamente os quatro vice-presidentes do banco por 15 dias, prazo que terão para apresentar ampla defesa das acusações feitas pelo MPF em relação à operações do FGTS.
De acordo com o site UOL, os afastamentos guardam relação com a operação da PF e MPF na caixa Econômica Federal.
O Banco Central alertou o presidente que ele poderia ser processado por improbidade, caso mantivesse no comando dos bancos pessoas que não tem reputação ilibada.
O problema é que até o presidente da instituição já foi acusado de ter uma ‘meta de propina’ pelo doleiro Funaro.
Nesta terça-feira, em alegações finais no âmbito da ação penal derivada da operação Sépsis, que investiga desvios no fundo de investimentos do FI-FGTS, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) sejam condenados, respectivamente, a penas de 386 anos e de 78 anos de prisão.
De acordo com a acusação, Cunha cometeu os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e prevaricação.
Henrique Alves, por sua vez, responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Além dos dois ex-parlamentares, que já estão presos, são réus no processo o ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto, o corretor Lúcio Bolonha Funaro e seu funcionário Alexandre Margotto.
Os três assinaram acordos de delação premiada e, portanto, os procuradores sugerem o cumprimento das penas estipuladas nas negociações.
LEIA TAMBÉM » Moraes vota para tirar de Moro investigações contra Cunha e Geddel » MPF denuncia Henrique Alves e Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro » Segunda Turma do STF nega liberdade a Eduardo Cunha » STF decide que habeas corpus de Cunha está apto a ser julgado As alegações finais são a última etapa do processo antes das sentença.
Esse caso tramita na 10ª Vara Federal em Brasília sob titularidade do juiz Vallisney de Souza Oliveira.
Ainda por conta dos supostos prejuízos causados pela corrupção, os procuradores pedem uma multa de R$ 13,7 milhões para Cunha e R$ 3,2 milhões para Alves.
Na peça, o MPF explica que os crimes imputados a eles são referentes apenas ao caso envolvendo a empresa Carioca Engenharia.
O caso representa apenas 4% da propina recebido por Cleto enquanto vice-presidente de Fundos de Governo e Loteria da Caixa. “Ficou comprovado nestes autos, pelos elementos probatórios, assim como atualmente vem sendo descortinado em diversas operações realizadas, como é o caso das denominadas operações Sépsis, Cui Bono, Patmos e Lava Jato, entre outras, um esquema criminoso que utiliza ardilosamente a Administração Pública como forma de obter vantagens indevidas.
Participavam desse conluio políticos, agentes públicos, operadores financeiros, empresários e outros agentes privados”, diz o MPF. » Maia aumenta influência sobre Centrão, sem líder desde Cunha » Tribunal reduz em 10 meses a pena de Eduardo Cunha » Moro quer Cunha distante de Brasília para ficar longe de ‘parceiros criminosos’ » Cunha: MPF e Joesley forjaram compra de silêncio para incriminar Temer A operação Sépsis, origem do processo no qual o MPF pede a condenação dos emedebistas, foi deflagrada pela Polícia Federal e pela Procuradoria-geral da República em julho de 2015.
A ação teve como base a delação premiada de Cleto e dos executivos da Carioca Engenharia que detalharam como o grupo político de Cunha e Alves se valiam da nomeação de diretores na Caixa para cobrar propina de empresas interessadas em aportes do FI-FGTS.
No tópico em que define a dosimetria de pena e aponta a sugestão de 386 anos para Cunha e 78 para Alves, os procuradores Anselmo Lopes e Sarah Moreira, afirmam que os dois são “criminosos em série (criminal serial) ,fazendo da política e da vida pública um caminho para a vida delituosa.” “De fato, restou demonstrado no curso da ação penal que Cunha e Alves possuem personalidades voltadas para o crime, para a corrupção em seu sentido mais amplo.
São pessoas que não demonstraram ou comunicaram, ao menos até o presente momento, qualquer arrependimento por seus crimes”, afirmam os procuradores.
Defesas O criminalista Délio Lins e Silva Júnior, defensor de Eduardo Cunha disse que “a defesa demonstrará em suas alegações finais que a acusação é frágil e tem certeza da absolvição.” A reportagem está tentando contato com a defesa do ex-deputado Henrique Eduardo Alves.
O espaço está aberto para manifestação.
Com agência Estado