Os números de assaltos a ônibus registrados pela Secretaria de Defesa Social (SDS) e pelo Sindicato dos Rodoviários não batem.

Enquanto a pasta do governo Paulo Câmara (PSB) contabilizou 1.406 casos em 2017, a entidade contou 3.797.

Além dessa, há outras divergências: enquanto o órgão oficial aponta uma queda de 126 crimes em dezembro de 2016 para 79 no mesmo mês do ano passado, motoristas e cobradores consideram um crescimento de 226 para 270.

LEIA TAMBÉM » Pior ano do Pacto pela Vida, 2017 fecha com 5.427 assassinatos A diferença seria por causa das metodologias adotadas, mas os dois lados falam em contagem de casos, seja a renda do veículo levada ou não.

A secretaria afirma que faz o cruzamento de informações policiais e ocorrências registradas obrigatoriamente pelas empresas, mesmo que não seja roubada a renda.

O sindicato também diz que conta os assaltos, independentemente de a receita ser levada.

A entidade ainda ressalta que contabiliza os assaltos por veículo, não por quantidade de pessoas assaltadas.

Ao divulgar os dados, nesta terça-feira (18), um dia depois da SDS, o sindicato falou em “abandono da segurança no transporte público”. “O sindicato realizou durante todo o ano de 2017, de forma responsável e comprometida com a realidade, a contagem dos assaltos a ônibus no Recife e RMR.

De forma diária, esta iniciativa tornou-se uma importante ferramenta dos rodoviários para denunciar a insegurança que a categoria enfrenta diariamente em pleno exercício das suas funções, além de apontar o abandono do poder público com a segurança no nosso Estado”, defende em nota. “O sindicato vem realizando o acompanhamento diário dos assaltos à ônibus, desde janeiro de 2015, de forma séria e atenta, colhendo os depoimentos ‘in loco’ dos trabalhadores rodoviários sobre assaltos a ônibus, todos os dias, além de prestar assistência aos trabalhadores nos locais de ocorrência.” A SDS afirmou, também em nota, que “por mais de uma vez, convidou a entidade para conhecer sua forma de coleta, sem ter tido retorno”.

A pasta enfatizou que os números registrados pela secretaria são usados pelo sindicato dos empresários, o Urbana-PE, no planejamento das ações de segurança adotadas pelas empresas de ônibus.

Além disso, a secretaria defende o trabalho da força-tarefa criada para prevenir assaltos a ônibus. “Diariamente, em diversos corredores de grande fluxo da RMR, operações de bloqueio e abordagens em coletivos são promovidas pelos batalhões de área da PM, em parceria com as especializadas, a exemplo do Choque, da Rocam e da Radiopatrulha, prevenindo assaltos e capturando suspeitos dessa prática.

Só em 2017, 297 pessoas foram presas pela prática desse tipo de crime em Pernambuco.”