O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, esteve nesta terça em São Paulo – e na quinta-feira vai a Belo Horizonte – para falar do assunto reforma da Previdência a industriais.
Também já esteve no Rio Grande do Sul.
Quer, ao tratar o tema com empresários, fazer com que o cidadão apóie a reforma e consequentemente, convença o deputado federal de sua base a votar por ela.
Assim, a busca pelos 308 votos, mínimos para aprovar a matéria no mês que vem, é grande.
E um pouco mais dificultada com a ausência dos parlamentares em Brasília durante o recesso de janeiro.
Para muitos, a grande resistência dos deputados em apoiar a reforma está nas eleições de outubro.
Como tentarão a reeleição ou um cargo de senador ou governador, muitos não querem se envolver em matérias espinhosas, ainda sem consenso, e que possam resultar em perdas de votos com quaisquer nichos de seu eleitorado.
O governo está ciente disso.
No final do ano, Marun tentou a cartada de buscar apoio de governadores para que estes convencessem suas bases federais a aprovarem as mudanças no sistema previdenciário.
Ao que parece, atirou no pé ao admitir que a liberação de financiamentos em bancos públicos aos estados só seria concedida a quem trabalhasse pela reforma.
Governadores de estados do Nordeste reagiram mal ao que chamaram de “chantagem” do ministro, azedando a estratégia do Palácio do Planalto na captura de novos aliados.
A contagem de votos, feita quase que diariamente pelos articuladores do Planalto, cessou, segundo Marun.
Deverá retomar no final do mês.
Esperançoso, o ministro já disse acreditar que esse pedido pela aprovação da reforma virá das ruas, e deverá tranquilizar os deputados. “Eu entendo que, nesse momento, existe uma certa preocupação de alguns colegas com a questão eleitoral. É uma coisa natural e normal.
Por isso é que eu tenho uma expectativa muito grande na reação da sociedade.
A nossa sociedade ela começa a reagir no sentido de querer, de até pleitear ao seus parlamentares, a atitude que é a necessária neste momento para o Brasil, ou seja, o voto favorável à reforma da Previdência”, disse.
A reforma da Previdência está prevista para entrar na pauta do plenário da Câmara em 19 de fevereiro.
O estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria e o corte de privilégios no pagamento de benefícios são dois pontos que o governo defende como cruciais para desafogar o caixa com o custeio de aposentados.