Informe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira, 10 de janeiro, aponta que o Indicador de Custos Industriais subiu 0,4% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre de 2017, descontados os efeitos sazonais.

A alta foi puxada pelo aumento nos custos com tributos, energia e pessoal.

No mesmo período, os preços dos produtos industrializados tiveram uma redução de 0,8%.

Com os custos em alta e os preços em queda, a margem de lucro das empresas diminuiu.

De acordo com o estudo, o custo tributário aumentou 2,9%, o de energia subiu 2,5% e o de pessoal teve alta de 1,8% no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre do ano passado.

Boa notícia “A elevação do índice de custo tributário indica que as empresas começaram a pagar as dívidas tributárias contraídas durante a crise econômica.

A quitação das dívidas tributárias foi favorecida pela recuperação da economia e pelas adesões ao Programa de Regularização Tributária, conhecido como novo Refis”, diz o estudo. “Isso porque o indicador de custo tributário é estimado com base no custo efetivo, ou seja, o total efetivamente pago pela indústria dividido pelo produto industrial.

Com a crise econômica, algumas empresas não conseguiram pagar os tributos devidos, o que resultou em um movimento descendente do indicador.

Com o início da recuperação, as empresas começam a quitar as dívidas, o que impulsionou o indicador”.

Juros mais baixos Segundo a CNI, o impacto dos aumentos foi minimizado pela queda de 5,4% no custo com capital de giro e na redução de 0,6% nos custos com bens intermediários.

A retração dos custos com capital de giro é resultado dos sucessivos cortes na taxa básica de juro da economia. “A redução do custo com intermediários deve-se, sobretudo, à valorização do real, que reduz o preço dos insumos adquiridos em dólar de outros países.

Além disso, a baixa demanda e a competição entre as empresas vêm contendo o aumento dos preços dos intermediários fabricados no Brasil”, explica o gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

Além de revelar a tendência de lucratividade das empresas, o Indicador de Custos Industriais é um termômetro da competitividade da indústria brasileira.

O indicador mostra que, no terceiro trimestre de 2017, a indústria perdeu para a concorrência, com os custos da indústria crescendo acima dos preços internacionais.

Enquanto o custo industrial subiu 0,4%, os preços em reais dos manufaturados importados caíram 2,5%.

No mercado externo, os preços dos produtos industrializados nos Estados Unidos, em reais, tiveram uma queda de 1%, indicando perda da competitividade das exportações da indústria brasileira. “Para aumentar a competitividade da indústria brasileira é preciso, em primeiro lugar, garantir a estabilidade macroeconômica, com controle da dívida pública, inflação na meta e taxas de juros baixas", diz Renato da Fonseca. “Com isso, as empresas e o governo têm margem e segurança para ampliar investimentos em áreas que aumentam a produtividade, como infraestrutura, educação e inovação.

A melhoria do ambiente de negócios, com redução da burocracia e aumento da segurança jurídica, também traria impactos positivos nos investimentos e ganhos de competitividade”, disse Fonseca.