Sob a condição da reserva de fonte, no ano passado, uma autoridade em Brasília contou ao Blog de Jamildo um episódio que mostra o tamanho da influência de José Sarney junto ao presidente Temer.

De acordo com essa versão, Janot procurou Temer para pedir um terceiro mandato, depois de já ter sido indicado duas vezes por Dilma.

Diante da recusa de Temer, que alegou que teria que mudar a lei ou indicá-lo fora da lista tríplice com os mais votados, quebrando a tradição das nomeações no MPF, Janot teria sugerido a indicação de um nome de seu grupo.

O nome apontado foi o procurador Nicolau Dino, irmão do governador do Maranhão Flávio Dino, do PC do B e inimigo de Sarney.

Temer teria explicado que não havia como aceitar a indicação de Dino porque iria atrapalhar sua relação com Sarney, seu amigo há décadas e apoiador do governo.

Segundo essa versão, depois desta conversa, Janot teria prometido derrubar Temer e chamado o empresário Joesley Baptista para ‘realizar o serviço’, em troca da delação premiada generosa.

Vingança ou não, após ter o nome em um pedido de afastamento assinado pelo ex-procurador da República, o nome que acabou sendo indicado por Temer para o MPF foi o da procuradora Raquel Dodge, que fazia oposição interna a Janot.

Entenda a polêmica atual com Sarney O presidente da República, Michel Temer, não vai mais nomear o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) para assumir o Ministério do Trabalho.

O Palácio do Planalto comunicou a desistência nesta terça-feira, 2, à cúpula do PTB, por causa de uma interferência atribuída ao ex-presidente José Sarney (PMDB), amigo de Temer.

Temer avisou ao ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do partido, que Sarney vetou a nomeação de Fernandes, segundo integrantes da Executiva Nacional do PTB. “O Palácio me avisou hoje que tinha subido no telhado a nomeação do Pedro Fernandes, me ligou pedindo que pensássemos um novo nome por causa do problema de relação do Fernandes com o Sarney”, disse Jefferson ao Estadão/Broadcast. “O presidente Sarney não concorda com o nome.

Ele queria conversar, mas o Fernandes não quis conversar com o presidente Sarney sobre o Maranhão, Então deu problema.” Sarney controla o PMDB no Maranhão e pediu para Temer não nomear Fernandes para não fortalecer politicamente um adversário histórico, o govenador Flávio Dino (PCdoB).

O PTB é base do governo Dino.

Em 2014, o comunista desbancou o clã Sarney do Palácio dos Leões, após meio século de aliados do ex-presidente no poder.

Dino disputará a reeleição tendo como potencial adversária a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), filha do ex-presidente.

FILHO A posse de Fernandes ocorreria na quinta-feira, 4.

O parlamentar havia anunciado que, após cinco mandatos de deputado, não disputaria a reeleição para dar a vaga a seu filho Pedro Lucas Fernandes, que é secretário estadual no governo Dino.

Pedro Lucas se elegeu vereador em São Luís (MA), mas assumiu a Agência Executiva Metropolitana, órgão do Estado, com o ingresso do PTB na base de Dino.

Temer pediu a indicação de um novo nome pelo PTB, o que ainda não ocorreu formalmente.

O PTB quer evitar outras indicações e desistências consideradas abruptas, por causa de composições eleitorais regionais. “Vamos aguardar.

Não temos pressa, para não parecer que o nome do Pedro Fernandes pode ser descartado assim.

Vamos deixar decantar a crise por uns dez dias.

Até que tenhamos nome de consenso, bem medido e remediado, o secretário executivo (Helton Yomura) pode ir muito bem tocando seu trabalho como ministro interino”, disse Jefferson.

Em nota, a assessoria de imprensa de Sarney disse que ele “não foi consultado e não vetou o deputado Pedro Fernandes”.

O ministro anterior, deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), foi exonerado a pedido, na última sexta-feira.

Ele pediu demissão argumentando que iria preparar sua campanha à reeleição na Câmara, em meio a suspeita de irregularidades em contratos de informática do ministério, apontados pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Com agência Estado