A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) determinou punições aos dois policiais militares acusados de matar um estudante durante protesto que exigia mais segurança para o município de Itambé, na Mata Norte do Estado.

Uma das decisões determina a perda do posto e da patente de um capitão da Polícia Militar (PM).

A deliberação foi assinada pelo secretário Antônio de Pádua, na última sexta-feira (29), em que decidiu pela demissão do capitão Ramon Tadeu Silva Cazé e do soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior.

Foi ele que deu a ordem para que um tiro fosse disparado em Edvaldo da Silva Alves, 19 anos.

Já para o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior, responsável pelo tiro, Pádua decidiu que a pena administrativa será de 30 dias de prisão - que deverá ser cumprida imediatamente no batalhão onde ele está lotado.

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Já a decisão sobre a exclusão da corporação será assinada pelo governador Paulo Câmara (PSB).

A decisão final será publicada no Diário Oficial do Estado.

Além das punições administrativas, os dois PMs ainda respondem a processo criminal e estão impedidos de trabalhar nas ruas.

Eles são réus por homicídio doloso (quando há intenção de matar).

Outros dois policiais que no local no momento do disparado que atingiu Edvaldo respondem por omissão de socorro.

De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), eles não fizeram nada para impedir a ação dos colegas de farda.

O processo corre na Justiça, mas as audiências de instrução e julgamento ainda não foram marcadas.