Colega de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na Câmara dos Deputados, o pernambucano Daniel Coelho (PSDB) afirmou em entrevista ao cientista político Antonio Lavareda, no programa 20 minutos, da TV Jornal, que a candidatura dele à presidência da República em 2018 não deve ser menosprezada.
Apesar disso, defendeu que seu nome não seja o mais adequado por ser de extrema-direita, enquanto acredita que um mais moderado seja melhor. “O ideal é conciliar posições mais conservadoras com mais progressistas.
Ele toca fogo na fogueira”, disse. “Ele tem uma linguagem muito direta, consegue se comunicar com o povo, talvez como Lula consegue”, afirmou. “Mas eu vejo uma carência muito grande na qualidade e no conteúdo dos seus argumentos, às vezes é pobre na argumentação e tem dificuldade em prolongar um debate e explicar as posições. É radical, sim, mas muitas vezes ele joga para a plateia e tem uma dose de marketing muito grande.” Apesar de discordar da postura de Bolsonaro, Daniel Coelho, ao contrário de analistas políticos, não acredita que a candidatura dele vá desidratar por causa do baixo tempo de televisão. “Bolsonaro tem cada vez mais eleitores duros, convencidos que jamais mudarão o voto.
Ele tem uma militância que vai protegê-lo e defendê-lo”, explicou.
Foto: Leo Motta/JC Imagem - Foto: Leo Motta/JC Imagem Foto: Leo Motta/JC Imagem - Foto: Leo Motta/JC Imagem Foto: Leo Motta/JC Imagem - Foto: Leo Motta/JC Imagem Foto: Leo Motta/JC Imagem - Foto: Leo Motta/JC Imagem Foto: Leo Motta/JC Imagem - Foto: Leo Motta/JC Imagem Para Daniel Coelho, porém, nomes mais moderados têm mais chances no segundo turno.
O deputado citou como exemplos Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Álvaro Dias (Podemos) e, apesar das divergências que o pernambucano tem apresentado com o próprio partido, Geraldo Alckmin (PSDB). “O candidato Alckmin tem um grande desafio, que é conquistar uma parcela do eleitorado para chegar ao segundo turno, quando pegará um candidato de extrema-direita ou esquerda e a chance de um moderado ganhar é grande”, previu.
O tucano ainda vê como dificuldade para Alckmin até o ano que vem driblar os conflitos internos no PSDB. “Pode ate haver uma unidade interna de que Alckmin é o melhor candidato à presidência da República dentro do partido, mas, passou daí, a divergência continua do ponto de vista local e nacional”, disse. “Ele assumiu a presidência do partido e vai precisar tentar de posicionar.
Acho que, se o caminho for da falsa conciliação, fingir que não existe o problema e não enfrentar o problema ou até algumas pessoas de frente, dificilmente terá unidade”, afirmou Daniel Coelho. “Na minha opinião, ele teria que enfrentar algumas posições e até algumas lideranças do partido e tentar escolher um lado.
Ficar com os dois eu acho que vai ser impossível, pelo menos do ponto de vista da convivência interna.”