Em meio às conversas entre PT e PSB em âmbito nacional que podem levar ao apoio do ex-presidente Lula à sua candidatura à reeleição em Pernambuco, o governador Paulo Câmara, vice-presidente do partido socialista, defendeu que o petista dispute em 2018. “A gente espera que ele possa ser candidato, mas vamos respeitar as instituições”, afirmou nesta quinta-feira (28), em entrevista à Rádio Jornal. “O que a gente defende, e isso é uma opinião muito minha, é que seria importante para o Brasil que o presidente Lula pudesse ser candidato.

Se a Justiça disser que não vai, vamos respeitar”.

Condenado em primeira instância em um dos seis processo em que é réu ligados à Operação Lava Jato, Lula pode ser impedido de concorrer à presidência se a sentença for mantida em segunda instância.

O julgamento foi marcado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região para 24 de janeiro, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Para Paulo Câmara, Lula tem que ter oportunidade de se defender.

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Em 2014, os socialistas apoiaram Aécio Neves (PSDB) no segundo turno contra ela.

Na entrevista à Rádio Jornal, Paulo Câmara afirmou que o PSB tem críticas ao PT, mas que Lula foi um importante parceiro de Eduardo Campos, ministro de Ciência e Tecnologia no primeiro governo do petista. “Vai rolar muita discussão ainda.

A gente não fecha porta”, afirmou sobre uma possível aliança. » Em evento do governo, Eunício exalta Lula e não cita o nome de Temer » ‘Minha condenação seria a negação da Justiça’, diz Lula, em São Paulo » Lula perde ação por danos morais contra Deltan Dallagnol » Aprovação de Lula cresce, pesquisa do Ipsos Segundo Paulo Câmara o PSB tem conversado com os nomes que estão postos atualmente no campo de centro-esquerda, em oposição a Michel Temer (PMDB).

Entre eles estão Ciro Gomes, do PDT e já filiado ao partido, e Marina Silva, da Rede, que foi candidata socialista após a morte de Eduardo Campos em 2014.

Além disso, reconhece uma possibilidade de candidatura própria, que, para a bancada na Câmara dos Deputados poderia ser atraindo o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. “Não vamos discutir nomes agora, vamos discutir projetos”, disse ainda.

Enquanto nessa quarta-feira (27) o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), defendeu que o partido tenha uma posição fechada na convenção de março, Paulo Câmara afirmou só precisa de uma definição em julho, a um mês do início da campanha. “O PSB quer discutir o futuro, trazer de volta todo o programa que Eduardo fez em 2014, ainda vivo.

O Brasil precisa decisivamente ter em 2018 um debate sério.”