Agência Brasil - O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira (27).

A saída de Nogueira do cargo foi confirmada pelo Palácio do Planalto após reunião dele com o presidente da República, Michel Temer (PMDB).

Na carta de demissão apresentada ao presidente, Nogueira disse que deixa o cargo, pois vai se candidatar nas eleições do ano que vem. “Como decidi que apresentarei meu nome à elevada apreciação do povo gaúcho nas eleições do ano que vem, e de forma coerente com aquilo que sempre preguei, venho por meio desta pedir minha exoneração do cargo de Ministro de Estado do Trabalho”.

Segundo a assessoria dele, Nogueira pode tentar a reeleição para deputado federal, mas ainda estuda a possibilidade de concorrer para outro cargo em 2018.

LEIA TAMBÉM » Ministro do Trabalho diz que o mercado de trabalho formal vai crescer » Câmara chama ministro do Trabalho para explicar portaria sobre trabalho escravo » Ministro do Trabalho diz que reforma trabalhista já está ajudando a gerar empregos Nogueira volta à Câmara dos Deputados, onde retomará o mandato pelo PTB do Rio Grande do Sul.

Ele comandava o Ministério do Trabalho desde maio de 2016.

O último ato de Nogueira no cargo foi a divulgação dos dados de novembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostram o fechamento de 12 mil postos de trabalho no mês.

Durante a gestão de Nogueira, entrou em vigor a nova lei trabalhista.

Considerada pelo governo umas das mais importantes medidas de estímulo à geração de empregos, a reforma foi aprovada após muita resistência da oposição e em meio a polêmicas sobre as mudanças na lei. » Ministro do Trabalho é exonerado para votar pela reforma trabalhista “Com a vigência da Lei da Modernização Trabalhista quebramos 75 anos de imobilismo, e o futuro finalmente chegou em terras brasileiras.

Saímos de um modelo de alta regulação estatal para uma forma moderna de autocomposição dos conflitos trabalhistas, colocando o Brasil ao lado das nações mais desenvolvidas do mundo”, acrescentou Nogueira na carta ao presidente.

Confira a íntegra da carta de demissão de Ronaldo Nogueira “Senhor Presidente, estimado amigo Michel Temer: Há passagens na vida de um homem que marcam definitivamente a sua história.

Servir ao país na qualidade de ministro do Trabalho no governo diligentemente chefiado por Vossa Excelência certamente é um desses marcos.

Com perseverança e convicção, desde o primeiro dia de trabalho buscamos a meta estabelecida por Vossa Excelência: modernizar as relações de trabalho no Brasil. _Temos o sentimento de dever cumprido. _ Sob sua orientação, entregamos à sociedade uma proposta de modernização da legislação trabalhista fruto do consenso, motivo pelo qual 5 das 6 maiores centrais sindicais e as 3 maiores centrais de empregadores estiveram no ato de assinatura do projeto de lei enviado ao Congresso Nacional.

Com a vigência da lei da modernização trabalhista quebramos 75 anos de imobilismo, e o futuro finalmente chegou em terras brasileiras.

Saímos de um modelo de alta regulação estatal para uma forma moderna de autocomposição dos conflitos trabalhistas, colocando o Brasil ao lado das nações mais desenvolvidas do mundo._ A par disso, na qualidade de presidente do Conselho Deliberativo do FGTS, em uma ação do conjunto do governo, empreendemos a liberação de mais de R$ 45 bilhões do fundo aos trabalhadores brasileiros.

Como resultado de tudo isso, vemos a ampla retomada da empregabilidade, a maior de todas as preocupações desse governo que até a data de hoje tive a honra de participar.

Como decidi que apresentarei meu nome à elevada apreciação do povo gaúcho nas eleições do ano que vem, e de forma coerente com aquilo que sempre preguei, venho por meio desta pedir minha exoneração do cargo de ministro de Estado do Trabalho.

Volto à Câmara dos Deputados, de onde continuarei a defender de forma aguerrida as reformas que modernizem a sociedade brasileira.

Pelo Rio Grande e pelo Brasil seguiremos irmanados nessa mesma luta.

Com meus mais sinceros votos de apreço, admiração e respeito, subscrevo-me cordialmente.”