O jornal Folha de S.

Paulo trouxe uma reportagem nesta terça-feira (26), afirmando que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) está sendo investigado pela Polícia Federal no inquérito que aponta indícios de que suas campanhas receberam dinheiro de empresas a mando da empreiteira Odebrecht, prática chamada pela PF de “caixa três”.

Ainda de acordo com a Folha, a cervejaria petrópolis, que fabrica a Itaipava, é apontada como a principal parceira da Odebrecht no esquema.

A matéria diz que a cervejaria doou nas eleições de 2008, 2010, 2012 e 2014 cerca de R$ 120 milhões a diversos políticos a pedido da Odebrecht.

Agora, a PF investiga os beneficiários que não foram devidamente identificados nas delações de abril da empreiteira.

LEIA TAMBÉM » PF apura se houve desvios na fábrica da Itaipava em PE para campanhas » Cervejaria apontada como laranja doou a 81 políticos » Cervejaria intermediou repasses da Odebrecht a políticos, dizem delatores Ainda no relatório, a PF destacou ter localizado na prestação de contas da campanha de Maia de 2014 uma doação de R$ 200 mil da empresa Praiamar Indústria Comércio e Distribuição, ligada à Cervejaria Petrópolis.

A Praiamar fez uma doação ao diretório nacional do DEM, que repassou a Maia.

Também em relação a 2014, a PF anotou haver doações da Cervejaria Petrópolis ao diretório nacional do DEM, no valor de R$ 6,1 milhões.

Já em 2010, segundo a polícia, a campanha de Maia à Câmara recebeu R$ 389 mil do diretório estadual do DEM fluminense.

O diretório, por sua vez, havia recebido R$ 20 mil da Praiamar e R$ 80 mil da Leyroz Caxias Indústria Comércio e Logística, outra empresa ligada à Cervejaria Petrópolis. » Dono da Cervejaria Petrópolis é citado na Operação Zelotes » Planilha da Odebrecht mostra uso de cervejaria em doações » Para Fachin, inquérito contra Maia não está ligado à Lava Jato Até aquele ano, o sistema da Justiça Eleitoral não permitia verificar a fonte original de recursos que chegassem às campanhas por meio de diretórios partidários.

A PF observou que é “certo de que existe a possibilidade de [os valores repassados a Maia pelo diretório] terem sido originados das referidas empresas parceiras da Odebrecht [Praiamar e Leyroz]”.

Investigado no mesmo inquérito, o pai do presidente da Câmara, o vereador do Rio Cesar Maia (DEM), também recebeu doação de R$ 50 mil da Cervejaria Petrópolis.

O repasse foi via diretório nacional do DEM em 2014, quando ele disputou uma vaga no Senado e perdeu.

O relatório da PF é de 28 de junho e se tornou acessível no inquérito no final de novembro. » Itaipava foi sócia de ‘banco da propina’ usado pela Odebrecht, diz jornal Defesa de Maia Por meio da assessoria, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou a Folha que todas as doações recebidas em suas campanhas respeitaram a legislação e estão registradas na Justiça Eleitoral. “Maia reitera que confia na Justiça e está à disposição das autoridades, pois tem interesse que tudo seja esclarecido com a maior brevidade possível”, diz a nota.

Informações da Folha de S.

Paulo