De acordo com um levantamento realizado pela Datafolha, sete em cada dez brasileiros se opõem à privatização de estatais.
O jornal Folha de S.
Paulo trouxe a pesquisa em que diz que a maioria (67%) da população também vê mais prejuízos que benefícios na venda de companhias brasileiras para grupos estrangeiros.
Segundo a pesquisa, a oposição a privatizações predomina em praticamente todos os recortes analisados: região, sexo, escolaridade, preferência partidária e aprovação ao governo Michel Temer (PMDB).
O único cenário em que a ideia é aceita pela maioria é entre aqueles com renda superior a dez salários mínimos por mês, dos quais 55% se disseram favoráveis.
A aceitação cai conforme diminui a renda familiar mensal.
Entre os que ganham até dois salários mínimos, 13% são a favor.
LEIA TAMBÉM » Fiesp pediu a Temer que suspensão do processo de privatização da Eletrobras » PSB usa programa partidário para criticar privatização da Eletrobras e Chesf » Paulo Câmara comemora rejeição do Congresso à privatização da Eletrobras Já os moradores do Norte e do Nordeste são os mais resistentes.
Com taxas de 78% e 76% de reprovação, respectivamente.
Diferente do Sudeste que são os que melhor aceitam a ideia com 67% contrários e 25% a favor.
Outro ponto da pesquisa mostra que as privatizações sofrem resistência até de eleitores de partidos e políticos em geral favoráveis à venda de estatais.
Entre quem aponta como partido de preferência o PSDB, que historicamente apoiou e promoveu desestatizações, 55% se disseram contrários, e 37%, a favor da privatização.
De acordo com o Datafolha, foram ouvidas 2.765 pessoas com margem de erro de dois pontos percentuais. » Privatização da Eletrobras ocorrerá por meio de aumento de capital Privatizações no governo Temer Sobre o governo Temer, que tem promovido uma série de projetos de privatização, o placar ficou mais apertado entre os que avaliam como bom ou ótimo a gestão do peemedebista, mas a maioria (51%) também se opõe.
Essa resistência é o principal entrave para as desestatizações que o governo pretende concluir até o fim de 2018, segundo analistas —a Eletrobras é a maior delas.
Já a privatização da Petrobras —tema já levantado por ministros e pré-candidatos à Presidência— também é fortemente rechaçada pela maior parte da população: 70% se disseram contrários, e 21%, a favor.
Os demais não souberam responder ou se disseram indiferentes. » CCJ aprova referendo sobre privatização da Eletrobras Eleições O tema deverá ganhar destaque nas eleições de 2018.
Segundo a Folha, continuidade de programas de desinvestimento criados pelo atual governo é critério central para o apoio de investidores interessados em negócios de longo prazo no país.
Mas a resistência de eleitores é clara, e não se restringe a candidatos de esquerda. » Privatização da Petrobras não está na agenda da estatal, diz Pedro Parente Nenhum grupo que hoje votaria nos potenciais candidatos é majoritariamente favorável à privatizações em geral nem à venda da Petrobras.
Os menos resistentes são aqueles que declararam voto em Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC).
Em dois cenários —um com a participação de Lula (PT) na disputa e outro sem—, o apoio a privatizações varia de 31% a 36% entre os potenciais eleitores dos dois nomes.
Os que declararam voto no petista são os que mais rechaçam as privatizações.
A rejeição foi de 80% para a venda de estatais em geral e de 76% para a venda da Petrobras.
Informações da Folha de S.
Paulo