Douglas Fernandes, para o Blog de Jamildo Em 2018, duas cadeiras do Senado Federal por Pernambuco estarão em jogo.
Os mandatos dos senadores Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT) se encerram no ano que vem e os dois podem entrar na briga pela reeleição.
A lista de nomes que podem disputar as vagas é grande.
Entre eles está o do deputado federal Jarbas Vasconcelos, o nome do também deputado Bruno Araújo (PSDB) e o deputado estadual André Ferreira (PSC), que planeja ser o primeiro senador evangélico do Estado.
O deputado federal Sílvio Costa, do Avante, é outro candidato, mas ele pode ter problemas se não receber o apoio que espera do PT e se seu cabo eleitoral Lula tiver problemas com a Justiça.
Para o cientista político Thales Castro, professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), essa eleição majoritária será mais acirrada do que o pleito de 2010. “Naquela eleição, o fenômeno do lulismo ainda estava muito vivo e era o final da gestão Lula muito bem avaliada com 83% de aprovação popular”, ressalta.
Segundo o professor, esse contexto “arrastou votos”, mas o cenário é outro com “crise moral profunda e econômica”.
O especialista lembra que outro fator também exercerá influência: o próprio julgamento do ex-presidente Lula no dia 24 de janeiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. “Tem muita coisa a se desenhar”, complementa.
Nas eleições de 2010, Armando e Humberto formaram a chapa para o Senado da Frente Popular, que foi capitaneada pelo ex-governador falecido Eduardo Campos.
Hoje, os dois senadores estão em campos opostos e calculam seus próximos passos.
O petebista, inclusive, é pré-candidato ao governo ao governo do estado.
De acordo com Castro, a eleição para o Senado é caracterizada pela “rotatividade” nas três vagas da Casa legislativa. “É raro o fenômeno como o do ex-senador Marco Maciel, que exerceu três ou quatro mandatos até 2010, quando perdeu a eleição para a chapa vitoriosa de Eduardo Campos”, pontua.
Isso pode ser explicado, segundo o cientista político, pela disputa depender da “correlação de forças dos palanques que vão ser formados para buscar o Palácio do Campo das Princesas”.
Essa relação é fundamental para o sucesso de uma candidatura ao Senado na visão do especialista. “Dificilmente, nós temos senadores eleitos de maneira isolada.
Um candidato a governador traz debaixo do braço nomes que endossam o seu projeto e faz a dobradinha”, explica.
Outra questão que o professor observa é o apoio dos prefeitos, que fornecem “capilaridade” às candidaturas. “Não se pode pensar em nenhuma candidatura sem os prefeitos.
Ele são grande vitrines para o projeto majoritário e dão competitividade”, destaca.
Pensando nisso, a frente de oposição que vem se formando com os senadores Fernando Bezerra Coelho (PMDB), Armando Monteiro (PTB), o ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) e o deputado federal Bruno Araújo (PSDB) já percorrem o estado para conseguir o apoio de vários chefes do executivo municipal.
Recentemente, FBC esteve com o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (PSB), o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PR), e o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Pros) para receber o título de cidadão do Cabo.
As articulações estão sendo costuradas, mas o cientista político lembra que ainda é cedo para apontar cenários. “A partir de fevereiro, teremos um quadro mais consolidado”, finaliza.