O governador Paulo Câmara exonerou nesta sexta-feira (22) o coronel Mário Cavalcanti da Secretaria-Executiva de Recursos Hídricos.

O oficial da Polícia Militar foi um dos oito denunciados por dispensa indevida de licitação e peculato pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Torrentes.

Para o lugar dele vai o advogado Guilherme Cavalcanti da Rocha Leitão, ligado ao PP, que amplia ainda mais o espaço no governo.

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O partido já tem o Porto do Recife e o Lafepe.

O objetivo de Paulo Câmara ao ampliar os espaços é garantir o apoio do PP nas eleições de 2018.

O partido é o que tem o terceiro maior tempo de televisão e também o terceiro maior fundo partidário por ter uma bancada de 52 deputados federais, atrás apenas de PMDB (60 parlamentares) e PT (57). » Desembargador nega recurso do PMDB e decide a favor de Jarbas e Raul » Com 325 votos, PMDB aprova mudança que pode afastar grupo de Jarbas em favor de FBC A tentativa de garantir o PP no palanque é com a possibilidade de perder o PMDB.

Com o vice-governador Raul Henry na presidência do partido em Pernambuco, os peemedebistas eram os principais aliados de Paulo Câmara.

Desde setembro, porém, o presidente nacional da legenda, Romero Jucá, articulou a dissolução da direção local para entregar o comando a Fernando Bezerra Coelho, que trocou o PSB pelo PMDB para levá-lo para a oposição e já se coloca como pré-candidato contra o socialista.

Torrentes O coronel Mário Cavalcanti foi chefe da Secretaria da Casa Militar no governo Eduardo Campos (PSB) e interventor da cidade de Gravatá, no Agreste, na gestão de Paulo Câmara.

Ele foi nomeado para a área de Recursos Hídricos com o fim da intervenção.

A Torrentes teve como alvo contratações feitas pela Casa Militar após as enchentes de 2010 na Mata Sul do Estado.

De acordo com a denúncia do MPF, durante os primeiros dias da crise provocada pelas cheias, oficiais que atuavam na pasta deixaram de observar as formalidades referentes a duas dispensas de licitação, favorecendo a empresa Mega Frios.

Segundo o MPF, para conferir aparência legítima aos atos criminosos praticados, os denunciados teriam usado documentos ideologicamente falsos e simulação de procedimentos.

Além disso, conforme as apurações, teriam desviado R$ 1.149.490,80 através de pagamentos superfaturados.

Esse valor, devidamente corrigido, equivale a um dano de R$ 2.425.741,78. » Operação Torrentes: STJ nega habeas corpus para empresário Ricardo Padilha » Após Operação Torrentes, Paulo Câmara assina decreto para retirar recursos da Casa Militar » Edilson coleta assinaturas para instalar CPI sobre Operação Torrentes Na operação, Cavalcanti não chegou a ser preso, mas foi ouvido pela Polícia Federal.

De acordo com a PF, chamou atenção dos investigadores que, logo após a deflagração da Operação Mata Norte, anterior à Torrentes, o coroneu reuniu os PMs da sua antiga equipe.

O coronel Roberto Gomes Filho, que também atuou na Casa Militar e apareceu na apuração como suposto elo com o PSB, foi um deles. » Paulo Câmara exonera coronel envolvido em duas fases da Operação Torrentes » Oficiais da PM são proibidos de ir à Casa Militar e falar com alvos da Torrentes A Polícia Federal afirmou que na véspera da eleição de 2014, quando Paulo Câmara venceu o pleito ainda no primeiro turno, houve um saque de R$ 2 milhões da conta bancária de uma das empresas investigadas, a FJW Empresarial LTDA.

A retirada do dinheiro foi feita, segundo a PF, um dos presos na operação.

Horas depois, os registros telefônicos feitos pela PF apontaram que a localização dele estava a 200 metros da casa de Melo Filho.

Segundo a PF, o celular do oficial da PM apontou depois que ele foi para a sede do PSB no Recife.

A polícia enfatizou, porém, que isso não quer dizer que o dinheiro tenha ido para o PM ou o partido.