Por Luciano Siqueira, vice-prefeito do Recife pelo PCdoB Participa não, nunca participou.
O bom velhinho que ainda povoa a imaginação de muitas crianças mundo afora, fantasia de fim de ano, permanece a anos luz de distância das expectativas, dos planos e das condições concretas do embate político-eleitoral.
Mas tem gente que não pensa assim.
Alimenta ilusões.
Ou se deixa levar por puros devaneios.
Costuma-se dizer — os mais experientes dizem — que o cenário eleitoral se desenha mesmo a partir de janeiro, após o peru de Natal e os fogos do réveillon.
Antes disso, tudo não passa de especulação.
Mais ainda no ambiente de extrema instabilidade e imprevisibilidade que prevalece no País, inclusive acerca das regras do pleito vindouro, sempre sujeitas a modificações casuísticas por parte do TSE.
Em Pernambuco, começa pelo traçado das alianças.
Nada é imutável, tanto na esfera governista como no campo das oposições.
Permanecerá a atual composição da coalizão em torno do governo Paulo Câmara?
Tanto pode se ampliar como se reduzir.
A variável amplitude e bom senso tende a ganhar peso.
Nas oposições, por enquanto o ajuntamento inicial tanto pode prevalecer, como se desmembrar, a depender do equacionamento das desejadas candidaturas ao Executivo estadual.
Há pretensões de certo modo distintas, entre partidos que se sentem em condições de almejar o governo estadual e outros que focam suas pretensões em espaços nas casas legislativas.
Uns e outros pautam sua política de alianças conforme o foco escolhido.
Outra distinção diz respeito ao ritmo de cada um.
Diferenciam-se claramente os precipitados e os pacientes.
Os primeiros arrotam vantagem e vão com excessiva sede ao pote.
Os mais sensatos, consideram a experiência acumulada, observam atentamente as tendências em curso e não fecham nenhuma porta. É o que Tancredo Neves ensinava: por mais aparentemente sólida que seja a situação, é indispensável manter uma porta aberta; ou pelo menos uma janela…
Demais, pela legislação atual o prazo de filiação partidária dos que pretendem disputar o pleito, antes findado em outubro, agora se estende até abril de 2018.
Assim, melhor trabalhar duro e com parcimônia, do que se iludir com promessas ou hipóteses apressadas, descoladas da realidade concreta.
Quem acreditar em Papai Noel na política estará fadado ao fracasso.