Após dois adiamentos, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) tomou posse nesta sexta-feira (15) na Secretaria de Governo, pasta que cuida da articulação política.

Da tropa de choque do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cassado há um ano, Marun passou a defender incisivamente as pautas de Michel Temer (PMDB).

Em seu discurso, o presidente pediu ao parlamentar dedicação de “18 horas, se possível, 20” para a reforma da Previdência.

A posse de Marun seria nessa quinta-feira (14), mas Temer estava hospitalizado em São Paulo após um procedimento cirúrgico e a cerimônia foi adiada em um dia.

O nome do deputado chegou a ser cotado para a vaga no fim de novembro, mas o presidente desistiu da troca.

LEIA TAMBÉM » Governo publica exoneração de Antônio Imbassahy; posse de Marun é adiada » Marun recua em projeto de lei que prevê alerta a delatados » Marun sugere indiciamento de Janot por abuso de autoridade O antecessor de Marun, Antônio Imbassahy (PSDB-BA), pediu demissão na semana passada, um dia antes da convenção nacional do seu partido.

Sob o comando do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a legenda deve deixar o governo.

Apesar disso, os tucanos fecharam questão a favor da Previdência, a principal atribuição do novo ministro.

A briga do governo é para conseguir os 308 votos necessários para aprovar a reforma.

Sem isso, por ser uma pauta impopular, a discussão da Previdência foi adiada para fevereiro, na semana após o Carnaval. “Todos os temas que mandamos para o Congresso foram de muita discussão e oposição.

Sem embargo da discussão e da oposição, conseguimos aprovar todas”, afirmou Temer. “Nós vamos aprovar a Previdência no Congresso Nacional, não tenho a menor dúvida disso.

Temos apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de Eunício Oliveira (presidente do Senado, do PMDB do Ceará) e dos líderes, obviamente, da base.

Temos a compreensão, ainda que oculta, dos lideres da oposição.” Foto: Alan Santos/Presidência da República - Foto: Alan Santos/Presidência da República Foto: Alan Santos/Presidência da República - Foto: Alan Santos/Presidência da República Foto: Alan Santos/Presidência da República - Foto: Alan Santos/Presidência da República Foto: Alan Santos/Presidência da República - Foto: Alan Santos/Presidência da República Temer ainda defendeu a proposta, que é a principal de 2018 e deve anteceder a reforma tributária. “Não é um programa de governo, é um programa de Estado.

Você conserta o Estado brasileiro hoje e ele vai servir para quem vier depois e quem vem depois não se sabe quem é”, afirmou. “Não me interessa discutir se alguns privilegiados vão ter prejuízo ou não.

Não haverá prejuízo para os mais pobres.” » Temer fecha escolha de Marun para substituir Imbassahy » Dodge diz que analisará relatório de CPMI que pede indiciamento de Janot » Um dia antes da convenção do PSDB, Imbassahy pede demissão do governo Temer Em seu discurso, Temer reconheceu a diferença entre os perfis de Imbassahy - considerado por ele de oratória elegante - e de Marun - visto pelo presidente como destemido.

O discurso de Marun foi só de elogios ao presidente. “Abro mão da minha reeleição para estar ao seu lado, se for o vosso desejo”, afirmou.

Para disputar no ano que vem, Marun teria que deixar o ministério em março. “Vossa excelência é a personificação da possibilidade de fazer política com honra e dignidade.” Depois que a segunda denúncia contra Temer, por organização criminosa, foi derrubada na Câmara, circulou pela internet um vídeo do deputado dançando para comemorar.

Marun também falou sobre a reforma. “O maior dos desafios é a reforma da Previdência e eu assumo a minha função consciente disso.

Precisamos de uma Previdência justa e menos desigual para todos os brasileiros”, defendeu o presidente.