Questionado sobre a razão de saber da importância de uma reforma da Previdência para as contas públicas e mesmo assim posicionar-se contra, o prefeito Geraldo Julio apresentou suas argumentações, nesta quarta-feira, em evento de confraternização no Recife.

Geraldo Julio disse acreditar que Temer mente e usa o tema politicamente. “Vocês acreditam, de verdade, que Temer está preocupado com este tema?

O que ele quer é dar uma resposta ao mercado.

Essa reforma é uma arremedo.

Ele precisa desta pauta e ela é puxada por seus aliados para manter uma discussão no país.

Não fosse isto, seria apenas pau e confusão. É uma isca e divide a opinião pública”, observou. “Com o debate sobre a Previdência, ele é ajudado a não ficar apenas no corner (apanhando, como um lutador alvejado)” No almoço com jornalistas com a direção do PSB, Geraldo Julio já havia usado o nome do presidente em tom crítico, ao associar o mandatário ao palanque da oposição, que havia se reunido em um mesmo palanque, na segunda-feira.

Na mesma convenção antecipada, estavam o ministro da Educação, Mendonça Filho, além do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho.

No palco, constava ainda o ex-ministro de Cidades, Bruno Araújo, bem como senador do PMDB Fernando Bezerra Coelho. “Temer é o que os une, não os discursos desconectados da realidade”, alfinetou.

Demonstrando que o discurso é ensaiado, em uma entrevista para as rádios de Caruaru, a deputada estadual Laura Gomes, do PSB, usou também de ironia para comentar o encontro das oposições a Paulo Câmara, em evento no Recife Antigo, na segunda-feira passada. “Eles só esqueceram de chamar o presidente Temer”, brincou.

As falas dos socialistas neste semana, não apenas Geraldo Julio e Laura Gomes, evidenciaram a estratégia dos socialistas em tentar nacioalizar o debate das eleições de 2018, tirando o foco das discussões dos eventuais problemas na gestão Paulo Câmara.

Ajuda o fato de Temer ter uma impopularidade elevada.

Assim, fica mais fácil as críticas colarem no eleitorado.

Nas falas desta quarta-feira, Geraldo Julio bateu no aumento do gás de cozinha e na ajuda a outros estados, com recursos federais. “Eles (oposição) poderiam aproveitar o desencontro deles lá para explicar para a população os 68% de aumento do gás de cozinha.

Como explicar isto para o povo?

Foi o que eles trouxeram para Pernambuco?

Depois, liberaram (governo Temer, aliado de Rodrigo Mais) R$ 11 bilhões para o Rio de Janeiro, o segundo estado mais rico do Brasil, a título de que?”, comentou. “Não foi só.

Agora teve o Refis para o centro oeste, com mais R$ 10 bilhões.

E o Nordeste fica só com a venda da Chesf?

Para pagar o déficit das contas públicas? É a proposta para o Nordeste deles?

Usar o Nordeste para pagar a conta do Brasil?”, alfinetou. “O Nordeste entra para fazer o dever de casa e pagar a conta do déficit fiscal, com a venda da Chesf?

O Nordeste é apenas punido.

Quem não toma conta do dinheiro público recebe R$ 11 bilhões?”, questionou.