Uma semana depois de trocar farpas com o secretário de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, o deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da oposição na Assembleia Legislativa, voltou a questionar ações da pasta do socialista.
O parlamentar apresentou nesta nesta quarta-feira (13) um levantamento das despesas do governo Paulo Câmara (PSB) com a Arena de Pernambuco.
O total, segundo o parlamentar, soma R$ 122,9 milhões entre janeiro de 2015 e outubro de 2017.
Segundo Silvio Costa Filho, foram gastos R$ 53,7 milhões no primeiro ano, R$ 47,09 milhões no segundo e R$ 22,07 milhões nos dez primeiros meses de 2017.
Para este ano, segundo ele, há ainda um saldo de R$ 10,9 milhões a pagar.
Mesmo com o acréscimo, este ano deve ser o de menor despesa com a Arena.
LEIA TAMBÉM » Oposição questiona propaganda de Felipe Carreras no Metrô de São Paulo » Carreras responde Silvio Costa Filho ironizando ‘ação fantasma’ » Sei como Carreras atua no segmento de eventos, rebate Silvio O deputado avalia que há uma inversão de prioridades. “Devemos encerrar o ano com mais de R$ 30 milhões gastos com a Arena, enquanto faltam medicamentos nos hospitais e os salários dos médicos da UPAE de Garanhuns estão atrasados há quatro meses”, reclamou.
Foto: Roberto Soares/Alepe Silvio Costa Filho citou ainda o levantamento do tribunal que apontou 1.547 obras paradas em 2016. “Governar é eleger prioridade e essas obras deveriam ser as prioridades do governo, não um equipamento onde são realizados apenas seis jogos por ano e algumas recreações nos fins de semana”, afirmou.
Contrato O deputado ainda cobrou a licitação para escolher a administradora da Arena, um ano e meio depois do rompimento do contrato com a Odebrecht. “O prazo para conclusão do estudo de viabilidade técnica, jurídica e econômico-financeira encomendado pelo Estado encerrou em outubro e deveria ter sido seguindo pelo Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) das empresas interessadas.
O que aconteceu?
Não houve nenhum interessado?
Por que o silêncio do governo?”, perguntou. “Peço que o governador e os responsáveis pela gestão da Arena apresentem os resultados e prestem contas aos pernambucanos”, afirmou na Assembleia.
O estádio está sob responsabilidade da pasta de Carreras desde que foi encerrado o acordo com a empreiteira. » Arena Pernambuco: TCE suspende pagamentos referentes à rescisão » Sob gestão do governo, Arena de Pernambuco dá prejuízo de R$ 7 milhões » Um ano após Paulo Câmara romper contrato com Odebrecht, Arena Pernambuco ainda não voltou para gestão privada A Arena foi inaugurada em 2013, antes da Copa das Confederações, e foi administrada pela Odebrecht até o ano passado, mas a previsão inicial do contrato era de que a concessão fosse de 30 anos.
O acordo foi rompido unilateralmente pelo governo, após recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O custo, segundo a gestão estadual, foi de R$ 479 milhões.
A rescisão contratual entre o governo com a Odebrecht foi feita de maneira consensual e irá custar R$ 246,8 milhões aos cofres do Estado.
O valor será pago em um prazo de 15 anos.
A Operação Fair Play investiga se houve superfaturamento de R$ 48,7 milhões no empreendimento.
Em delação premiada no âmbito da Lava Jato, o ex-diretor da empreiteira no Nordeste João Pacífico afirmou que houve formação de cartel na licitação, o que já era investigado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) desde o acordo de leniência fechado com a Andrade Gutierrez.