Estadão Conteúdo - O presidente Michel Temer (PMDB) disse que a preocupação dos deputados e senadores com a possibilidade de não se reelegerem caso votem a favor da reforma da Previdência é legítima.
Segundo ele, porém, é preciso aprovar a proposta para evitar uma proposta mais radical daqui dois ou três anos.
Ele citou como exemplo países como Portugal e Grécia, que fizeram cortes benefícios recebidos pelos aposentados da ordem de 20% a 30%. “É legítimo que o parlamentar se preocupe com o efeito de uma eventual votação que ele tenha na Câmara e no Senado. É mais do que legítimo.
Fui parlamentar por seis mandatos e sei o que isso significa”, afirmou, em discurso para empresários no Palácio do Planalto.
LEIA TAMBÉM » Votação da reforma da Previdência deve ficar para fevereiro, diz Temer » Mesmo na base aliada de Temer, André de Paula critica reforma da Previdência e governo » Temer: se a Previdência não for votada este ano, será no início de 2018 “Precisamos fazer a reforma já, e precisamos do apoio do Congresso, que tem nos dado apoio com significativa maioria”, acrescentou.
Temer disse que o governo está próximo de conquistar os 308 votos necessários para aprovar a proposta. “Quando lançamos o primeiro projeto de reforma, ele era muito mais amplo, e houve muita mobilização popular.
Os parlamentares se preocuparam muito, com a hipótese de ter repúdio de natureza eleitoral”, disse.
Na avaliação de Temer, hoje, esse risco não existe, pois a proposta em discussão hoje tem uma “suavidade extraordinária”.
Segundo ele, a primeira proposta iria gerar uma economia de R$ 1 trilhão para o governo, enquanto a atual promoverá uma economia de R$ 600 bilhões. “Entre zero e R$ 600 bilhões, melhor uma economia de R$ 600 bilhões.” » Tucano diz que maioria do PSDB deve votar pela reforma da Previdência Temer disse que a reforma da Previdência é a mais importante das reformas, assim como a reforma tributária. “Precisamos fechar esse ciclo reformista, ou melhor, dar continuidade a ele.
Uma das reformas mais fundamentais é a reforma da Previdência, além da simplificação tributária”, disse.
O presidente disse que a aprovação da reforma da Previdência demanda o empenho do Executivo e do Legislativo. “É preciso o empenho de todos”, afirmou. “Só conseguimos chegar até aqui porque tivemos e temos apoio do Congresso.
Montei um governo semipresidencialista.
Quero voltar a esse tema, porque acho que esse pode ser o caminho do Brasil em um futuro próximo”, afirmou “Quem governa não é apenas o Executivo”, afirmou, criticando gestões que tratam o Legislativo como “apêndice”. “Quem não tem apoio do Congresso Nacional não consegue governar.” Temer disse que as ações adotadas pelo governo nos últimos meses têm a preocupação de aliar responsabilidade fiscal e social.
Sobre comércio exterior, o presidente disse ainda que o governo “universalizou” as relações brasileiras, “como convém a um governo que se quer democrático e participativo”. “Não ideologizamos as relações exteriores.” O Palácio do Planalto não divulgou ainda a lista de empresários presentes no Palácio do Planalto.