O deputado estadual Álvaro Porto (PSD) não gostou de ter ouvido a crítica do governador ao evento da oposição, no Recife.

O governador Paulo Câmara (PSB) classificou como politicagem o encontro promovido pelas oposições na noite de segunda-feira. “O governador é quem precisa responder sobre atitudes que revelam onde mora a tal politicagem em Pernambuco”. “Nomear ex-prefeitos e candidatos derrotados para a Casa Civil e outras secretarias é o quê?

A Casa Civil precisa de tanto assessor? É esta a prioridade do governo num momento de tantas dificuldades?

Quantos policiais poderiam ser admitidos com esses salários pagos aos derrotados absorvidos pelo governo?”, questionou, em discurso na Assembleia.

O deputado disse que a tentativa do governo de desqualificar a mobilização oposicionista ‘atesta’ que o ato causou incômodo dentro do governo. “A tática é velha, ocorre desde 2015.

Sempre que se denuncia, se cobra ou se tenta dialogar e propor soluções, a resposta é a mesma: tentativa de desqualificar e deslegitimar a oposição.

E o evento, como previsto, jogou luz sobre as muitas fraturas e fragilidades da atual gestão.

E, diante da preocupação, o governo passou recibo”, disse. “A insistência na desqualificação só a reafirma a estreiteza do discurso do governo e a limitação da gestão.

Até mesmo porque a politicagem, como se sabe, tem endereço bem conhecido”, afirmou.

Na Alepe, o deputado disse ainda que a gestão do PSB ‘só afunda’. “Nesta terça-feira (12.12) a UPAE de Garanhuns amanheceu sem atendimento médico.

Sem receber os salários, consequência da falta de repasse dos valores pelo governo do estado, os profissionais de medicina decidiram paralisar as atividades.

Com isso, cerca de 700 pacientes de Garanhuns e outras cidades do Agreste deixaram de ser atendidos”.

A suspensão de envio de recursos da Saúde para Garanhuns foi destacada pelo deputado.

Segundo ele, desde 2013 o governo estadual suspendeu o repasse para a Farmácia Básica do município, o que totaliza R$ 1,2 milhão em débito. “Já o dinheiro do Samu foi cortado em novembro de 2015, o que gerou uma dívida de 1,5 milhão.

Ou seja, apenas com os dois programas o débito do governo estadual com Garanhuns chega a R$ 2,7 milhões”, afirmou, em tom de denúncia.

O evento em si No discurso da Alepe, Álvaro Porto disse que o encontro das oposições ‘evidenciou’ a disposição de unidade de sete partidos que se contrapõem ao atual governo estadual, mas teria ido além disso. “O ato, que agregou cerca de 2 mil e quinhentas pessoas, foi a concretização do sentimento de mudança, que vem sendo observado nos quatros cantos do estado.

O que há tempo já sente nas redes sociais, nas ruas, nas andanças pelas diversas regiões de Pernambuco estava expresso de forma clara ali, naquele salão, nos discursos, nos aplausos, mas, principalmente, no entusiasmo da gente que lotou o espaço”.

Segundo Porto, a ideia de colocar Pernambuco novamente nos eixos, recuperando o desenvolvimento, a capacidade de gestão, a disposição para o diálogo, a inserção nacional permeou todo o ato e injetou mais ânimo em quem deseja novos tempos para o estado. “A meta de que Pernambuco precisa superar a ausência de liderança habilitada a buscar investimentos junto ao governo federal e organismos de fomento, por exemplo, fundamentou declarações e já está impregnada na mente das pessoas”, disse “As oposições estão se organizando e seguirão unidas, coligadas ou não, em 2018.

PSDB, PRTB, PRB, Podemos, Democratas, PV e PTB estão e se manterão alinhados.

E, depois do evento de ontem, não resta dúvida que outras legendas se juntarão para dar novos rumos a Pernambuco”, disse. “Para resumir este sentimento destaco, no encerramento de discurso, um verso de um poeta amigo meu: ‘todo estado precisa de um grande comandante; o daqui está no volante, mas não sabe dirigir’", alfinetou.