Alinhado a partidos de oposição ao PT após duas eleições ao lado dos petistas, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) fez um aceno ao partido nesta segunda-feira (11), em ato de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB) no Recife.
O petebista tenta evitar a concretização da aliança entre petistas e socialistas, que vem se desenhando nacionalmente e pode também se consolidar no Estado. “O nosso projeto está aberto para o PT.
Nesse momento sabe qual é o nosso partido? É Pernambuco.
Para a bandeira de Pernambuco não devemos alimentar preconceitos nem separação”, afirmou após discursar ao lado do ministro da Educação, Mendonça Filho, e do deputado federal Bruno Araújo, lideranças do DEM e do PSDB, respectivamente.
Ambos fizeram parte na Câmara do grupo que articulou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
LEIA TAMBÉM » Ministro de Temer diz que PSB e PT se juntam por ‘pura conveniência’ em Pernambuco » ‘Não temos medo de debate nem de bandeiras’, diz Fernando Filho, sem citar reação à modernização da Chesf » FBC diz que nome de candidato de oposição a Paulo Câmara sai em março ou abril Armando já havia adotado o mesmo tom durante o discurso. “Não pode ser um projeto excludente, que alimente preconceitos.
Esse projeto está aberto a todas as forças que tenham compromisso com Pernambuco.
Portanto, quem quiser vir será muito bem-vindo”, disse.
Antes do senador, Mendonça Filho havia mencionado a reaproximação entre PT e PSB. “Aqueles que estão no Palácio há pouco tempo estavam sendo acusados pelo Partido dos Trabalhadores de traidores e hoje já se aproximam.
Pura conveniência, nada em função e tendo Pernambuco como objeto maior”, afirmou em discurso.
Depois, em entrevista, falou: “O nosso propósito é unir forças políticas em torno de Pernambuco, tendo foco no povo pernambucano como objeto da mudança que deve ser dirigida por um governo democrático e popular.
A gente vai ampliar ao máximo essa discussão, buscando um projeto para Pernambuco a partir de 2018.” Palanque de Temer O senador ainda respondeu à divisão de que do lado dele está o palanque de aliados de Michel Temer (PMDB), enquanto os socialistas seriam de oposição ao peemedebista. “Vejo esse grupo que governa já querendo rotular esse palanque”, falou. “Eu falo com a autoridade de quem não ajudou a constituir esse governo.
Eles ajudaram”, lembrou que o PSB foi favorável ao impeachment. “Mas eu voto todas as vezes que esse governo nos apresentar um projeto ou uma iniciativa de interesse do País.
A luta política há de ter limites.
Não podemos colocar os interesses partidários acima do País.
Esse governo, apesar de todo o estigma, tem gerado iniciativas importantes ao País”, defendeu.
Armando ainda alfinetou Paulo Câmara. “Hoje o que move esse grupo é a manutenção do poder de um grupo que já não serve a Pernambuco”, afirmou. “Vivemos tempos de mediocridade”, acrescentou. “Liderança não se adquire por nomeação, por delegação, por mais legítima que ela pudesse ser na sua origem.
Liderança se adquire na luta.”