O ministro das Minas e Energia, Fernando Filho, hoje sem partido, aproveitou o breve discurso no evento das Oposições, nesta noite de segunda, para mandar um recado ao PSB e ao PT, que se juntaram para demonizar a proposta de privatização da estatal Chesf e o sistema Eletrobras. “Não temos medo do debate.

Não temos medo de bandeiras”, comentou, de forma passageira.

Do lado de fora do evento, na porta da Livraria Cultura, um grupo de sindicalistas criticava a iniciativa.

No plano nacional e regional, o PSB criou uma frente parlamentar para torpedear a proposta.

No seu discurso, Fernando Filho disse ainda que nunca viu um ocupante do Campo das Princesas ir se desfazendo dos seus apoios. “Demos nossa contribuição, mas este é um tempo que não volta mais”, afirmou. “A nossa capacidade de juntar será maior.

Eles apostavam que a gente não ia se juntar e nos vamos atrair mais pessoas.

Muitos ainda não puderam vir.

Vamos ter um palanque diferente, com novas propostas”, comentou. “Não vai ser fácil.

Vamos estar juntos, independente da escalação final”, afirmou Fernando Filho.

Humberto Costa e a privatização da Chesf O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), disse ser contra a declaração do presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, de que vai incluir definitivamente a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) no conjunto de empresas que deverão ser privatizadas no ano que vem, “A privatização da Chesf é um atentado contra o povo nordestino”. “A Chesf, que abastece 80% das cidades do Nordeste, também tem uma responsabilidade social e ambiental de valor imensurável.

Uma empresa privada vê a Chesf apenas como uma oportunidade de negócio, para poder lucrar ainda mais.

Mas a companhia tem papel estratégico para a nossa região.

Se prevalecer apenas o interesse econômico, corremos dentro em breve o risco de não vermos mais o Rio São Francisco como vemos hoje”, afirmou.

Humberto Costa questionou a decisão do governo Temer de privatizar a empresa em um ano eleitoral. “A quem interessa vender o patrimônio nacional em ano de eleição?

Quais são os interesses que estão por trás desse tipo de combinação, justamente em um período de transição política, em que vamos escolher o futuro governante do País?

Estão querendo dilacerar o patrimônio nacional, entregando-o a preço de banana, e não querem dar sequer a oportunidade de os brasileiros decidirem sobre isso ”.

A expectativa é de que, já na próxima semana, o ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, encaminhe o projeto de lei sobre a venda da Eletrobrás e de suas subsidiárias para o Congresso Nacional. “É de fazer vergonha ver ministros pernambucanos apoiando uma ação criminosa como essa.

São pessoas que traíram o voto e a confiança do povo pernambucano e que, agora, apoiam a destruição de uma das maiores e mais importantes empresas públicas do Nordeste”, disse Humberto Costa.