Estadão Conteúdo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (7), em ato em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que desconfia se as acusações de corrupção ao ex-governador Sergio Cabral (PMDB), seu antigo aliado, são verídicas.

Cabral está preso há um ano pela Lava Jato e pode ser condenado a 300 anos de detenção. “Eu estou muito triste com o que está acontecendo com o Rio.

O Rio não merece a crise que está passando.

Não merece ter governadores presos porque roubaram.

Eu nem sei se isso é verdade, porque não acredito em tudo o que a imprensa fala. É importante investigar, saber a verdade.

Quem roubou tem que estar preso”, declarou.

O Estado do Rio tem dois ex-governadores presos atualmente: além de Cabral, também está encarcerado Anthony Garotinho (PR), acusado de crimes eleitorais e outros, correlatos.

Já Cabral, tratado por Lula como amigo íntimo no passado, tem situação bem mais grave: responde a processos por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outros crimes, e já foi condenado a 72 anos de cadeia, no Rio e em Curitiba.

LEIA TAMBÉM » PT teme Lula ligado a Cabral em caravana no Rio » Moro desbloqueia aposentadoria de Lula » Ações da Lava Jato sobre Lula terão sentença até 2018 » Relator dá celeridade a recurso de Lula no TRF-4 Ao falar de sua própria situação na Lava Jato, o ex-presidente disse que nada foi encontrado pela Polícia Federal nas buscas em sua casa. “Encontraram dinheiro na casa de não-sei-quem, joias na casa de não-sei-quem…

Na minha só encontraram a joia do caráter”.

O palanque de Lula em Nova Iguaçu foi montado na Praça Rui Barbosa, no centro na cidade, uma área de comércio popular.

A praça não chegou a ficar lotada.

O mesmo se dera mais cedo na Praça do relógio, no município vizinho de Duque de Caxias, onde ele também discursou.

Nos dois atos houve reações anti-Lula discretas.

Foto: Instituto Lula O ex-presidente foi acompanhado nesta quinta-feira pelo senador Lindbergh Farias (PT) e seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, além de deputados e lideranças locais.

Amorim, aventado como possível candidato do PT a governador do Rio em 2018, discursou exaltando a política externa dos governos do petista.

Lula está em caravana pelo Espírito Santo e o Rio desde segunda-feira.

Conclui a viagem na sexta-feira, na capital do Estado.

Ele fez outras caravanas em 2017, no Nordeste e em Minas Gerais.

Ano que vem, irá ao Norte e Centro-Oeste. » Maior problema do Brasil não é a Previdência, diz Lula » ‘Não fiquem com essa bobagem de que não serei candidato’, diz Lula » Lula segue na liderança para 2018, diz Datafolha » Moro nega pedido de defesa de Lula para ouvir operador de propinas foragido O processo a que Lula responde no caso do triplex no Guarujá (SP) está no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) e o julgamento deverá sair antes do início da campanha presidencial, possivelmente ainda no primeiro semestre de 2018.

Se o TRF-4 confirmar a decisão da primeira instância, ele será barrado pela Lei da Ficha Limpa - ficará inelegível por sete anos.

Líder de todas as pesquisas de intenção de voto para presidente, Lula foi condenado em julho pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

O juiz entendeu que ele recebeu o triplex como propina da construtora OAS em troca de contratos da empresa com a Petrobras