Sem alarde, o Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco abriu um inquérito para investigar o uso de verba parlamentar pelo deputado federal Zeca Cavalcanti (PTB).

A decisão de abrir a investigação foi do procurador Marcel Mesquita, que atua pelo MPF em Garanhuns.

O despacho do procurador da República, assinado em 20 de novembro deste ano, diz que o objeto do inquérito é “apurar notícia de supostas irregularidades na Câmara dos Deputados envolvendo o deputado José Cavalcanti Alves Júnior (Zeca Cavalcanti), do PTB-PE, na utilização de verbas indenizatórias, referente à locação de imóvel sediado em Arcoverde/PE”.

Segundo detalhes da denúncia, publicada no site nacional Congresso em Foco em 2016, Zeca Cavalcanti alugou um imóvel em Arcoverde, seu reduto eleitoral, para sediar seu escritório.

O aluguel, segundo a denúncia do site, era de uma casa pertencente ao sogro do deputado.

Procurado pelo site Congresso em Foco na época, o deputado federal reconheceu a irregularidade e disse que estava providenciando o encerramento do contrato.

Segundo Zeca, o “erro” ocorreu porque sua ex-chefe de gabinete lhe informou que locações de imóveis pertencentes a parentes por afinidade, como sogros e cunhados, não eram proibidas.

De março de 2015 a setembro de 2016 teriam sido gastos R$ 63 mil com essa locação, segundo o site Congresso em Foco.

O valor mensal era de R$ 3.500,00.

O caso foi descoberto em 2016 pela Operação Política Supervisionada (OPS), organização da sociedade civil conhecida por fiscalizar o uso de recursos públicos dos deputados e senadores.

Líder político na região de Arcoverde, Zeca é um dos principais aliados do senador Armando Monteiro (PTB) no Estado.

Ex-prefeito de Arcoverde por dois mandatos, elegeu sua sucessora Madalena Britto em 2012.

A nova prefeita, já no primeiro mandato, rompeu com Zeca e se filiou ao PSB, apoiando Paulo Câmara nas eleições de 2014.

Caso comprovada a irregularidade, Zeca Cavalcanti pode ser alvo de ação de improbidade administrativa na Justiça Federal.