A Compesa e a Sanepar, as companhias de saneamento de Pernambuco e do Paraná, decidiram promover o I Seminário de Educação e Responsabilidade Socioambiental das Empresas de Saneamento.
Segundo as empresas, a premissa do encontro é defender a ideia de que nenhuma empresa pública ou privada pode fugir hoje dos valores da sustentabilidade.
O encontro teve início nesta terça-feira, no Centro Administrativo Governador Eduardo Campos, no bairro de Santo Amaro, com a participação de mais de 180 representantes de 15 companhias brasileiras que têm o desafio de discutir diferentes práticas de responsabilidade social, os desafios da área e as metodologias socioambientais aplicadas nos serviços, investimentos e obras de água e esgoto no país.
Na abertura do seminário, o presidente da Compesa e da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), Roberto Tavares, disse que as companhias precisam discutir suas experiências de educação e responsabilidade socioambiental para que possam se tornar pauta no Congresso e colaborar para posicionar o saneamento como uma prioridade no país. “Estamos aqui numa cruzada.
Precisamos nos tornar agentes ativos do saneamento nas nossas casas e nos nossos relacionamentos, falar bem das nossas ações e nos comunicar melhor, valorizando a responsabilidade social”, defendeu Tavares. “Nos últimos anos, começou a nascer um novo protagonismo no saneamento, que é realizar as obras olhando para quem vai ser beneficiado por essas ações, que é a população.
Nossa intenção é sair desse debate com diretrizes nas dimensões social e ambiental para o setor”, disse o diretor de Articulação e Meio Ambiente da Compesa, Aldo Santos.
No mesmo evento, o jornalista Ricardo Voltolini, diretor-presidente da consultoria Ideia Sustentável e criador da Plataforma Liderança Sustentável, durante sua palestra “Cenários e Tendências da Gestão de Sustentabilidade nas Empresas”, disse que a sustentabilidade tornou-se uma vantagem competitiva de mercado, garantindo a redução de riscos operacionais e custos de financiamentos. “A empresa precisa olhar para a sustentabilidade a partir dos próprios impactos negativos de suas atividades, buscando reduzi-los, compensá-los ou eliminá-los completamente”, disse Voltolini, lembrando que hoje, para se tomar empréstimos com bancos, como o BNDES, são exigidas contrapartidas socioambientais.
Nesta quarta, a programação do seminário conta com palestras do ambientalista e consultor em mobilização social e arte educação do Programa COM+Água do Ministério das Cidades, Rodolfo Cascão, e da socióloga Andréa Santini Henriques, pesquisadora da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro – e gestora do Programa Brasileiro de Certificação em Responsabilidade Social.
Já o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes), o engenheiro Roberval Tavares, Superintendente da Sabesp, vai apresentar a experiência com soluções de saneamento em áreas de alta vulnerabilidade social na Região Metropolitana de São Paulo.
O evento será encerrado amanhã (7) com a elaboração da Carta da Responsabilidade Social no contexto da política do saneamento.