Com o alarde de sempre, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) usou uma rede social para denunciar “racismo” nas fileiras do seu partido.

Segundo o deputado, ele vem sendo vítima de perseguição e discriminação, por dirigentes do PSOL em Pernambuco, por causa de sua cor. “Eu sou um dirigente do PSOL, sou membro de sua Executiva Nacional. É por esta razão que alguns setores tentam nos calar, inviabilizar a fala e constranger.

Estamos lutando para derrotar estes racistas dentro do partido”, protestou Edilson.

Segundo Edilson, estes “racistas” se aproveitaram do Congresso Nacional do PSOL, semana passada, em Brasília, para prejudicar a sua liderança partidária em Pernambuco.

As declarações foram dadas em 3 de dezembro, em uma rede social. “Esquerdistas racistas atuando no Congresso.

Racismo no Congresso do PSOL.

Querem calar e desmoralizar negros/as que não se submetem à eterna condição de coadjuvância”, disse o líder do PSOL na Alepe.

O deputado informou que dirigentes do PSOL de Pernambuco o estão chamando de “oportunista” por mero racismo. “Não se desqualifica uma mulher lhe chamando de doida. É machismo.

Não se desqualifica um negro lhe chamando de bandido, criminalizando-o. É racismo.

Uma esquerda que fala em políticas afirmativas para a população negra não deveria tentar calar um negro chamando-o de oportunista por denunciar o racismo”, disse Edilson.

Para o deputado, a esquerda brasileira sempre foi branca e de classe média e não aceita que ele, negro e de origem pobre, comande o PSOL em Pernambuco. “É a extrema esquerda partidária que não consegue se desvencilhar de sua visão histórica que negros são a expressão do lumpezinato.

Não suportam ver negros em situação de algum protagonismo.

A esquerda brasileira é historicamente branca, do gênero masculino, urbana e de classe media”, justificou Edilson sobre sua denúncia.

O deputado do PSOL disse que está preparando uma nota oficial para listar o nome de todos os “racistas” que estão na direção estadual do PSOL.

Segundo o deputado, os colegas de partido são “hipócritas”.

Segundo informações extra-oficiais, Edilson pretende entrar com um processo criminal contra os correligionários pelo crime inafiancável de racismo. “Ele vai entrar com o processo criminal e pedir em seguida a dissolução do diretório na nacional.

Se não aceitarem dissolver o diretório, vai levar o escândalo de racismo para os grandes jornais de Rio e São Paulo.

Ele quer o comando novamente”, diz uma fonte, sob sigilo.

Na última eleição do diretório estadual, a tendência partidária de Edilson foi derrotada.

Em 18 de maio, o blog revelou que Edilson queria fazer um “expurgo” de quem não estivesse apoiando ele na sua assessoria.

Em 31 de maio, as exonerações de comissionados do gabinete do deputado estadual foram publicadas, exatamente como o Blog tinha adiantado.