Estadão Conteúdo - O presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta terça-feira (5) que a reforma da Previdência não deve ser pautada na próxima semana se a base governista não reunir votos suficientes para aprová-la.

Temer disse que conversou sobre isso com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Evidentemente, temos que ver se tem votos.

Se não tiver votos, não tem sentido colocar (em votação).

Essa é a principal ideia.

Eu acho que vai ser agora pelo que estou sentindo.

Estou animadíssimo”, disse Temer antes de almoçar no Itamaraty com o presidente boliviano, Evo Morales.

LEIA TAMBÉM » Bancada PMDB quer fechar questão sobre reforma da Previdência » Por Previdência, governo sinaliza desembolso de R$ 2 bi a prefeitos » Governo contabiliza cerca de 325 votos favoráveis à Previdência, diz Maia O presidente afirmou que, se a reforma passar, será necessário revisar as regras da aposentadoria em até dez anos.

Do contrário, o próximo presidente teria que promover uma reforma mais pesada no prazo de dois anos. “Eu sinto que o povo já está compreendendo a indispensabilidade da Previdência.

Você faz uma reforma agora para fazer outra daqui a oito ou dez anos ou então tem que fazer uma daqui a um ou dois anos inteiramente radicalizada.

Muito mais pesada do que aquela que faria hoje”, disse. “Houve um bom esclarecimento sobre a reforma da Previdência, porque no primeiro momento houve uma campanha equivocada contra.” Temer afirmou que seu partido, o PMDB, vai tentar fechar questão para obrigar deputados a votarem a favor da reforma.

Segundo ele, o PP e o PTB sinalizaram que farão o mesmo. “Há uma tentativa do PMDB de fechar questão, o PP talvez também feche.

O PTB está fechando.” » Reforma da Previdência é o principal assunto da semana na Câmara » Alckmin afirma que reforma da Previdência terá apoio do PSDB » Reforma da Previdência quer acabar com todos privilégios, diz Moreira Franco Temer disse que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), está disposto a votar a reforma em fevereiro de 2018, se aprovada na Câmara ainda neste ano.

O presidente disse que, por enquanto, não haverá mais liberação de verbas em troca de votos, além dos R$ 3 bilhões anunciados na segunda-feira (4), para prefeitos e condicionados à aprovação da reforma pelos parlamentares.

O presidente minimizou as críticas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à indecisão do PSDB quanto à reforma. “Ele fez uma declaração de acordo com as concepções dele.

Mas nada agressivo com relação ao PSDB.

Foi uma análise sociológica”, disse Temer.