O líder da oposição, Humberto Costa (PT-PE), acusou nesta terça-feira (5), no Senado, o governo Michel Temer (PMDB) de estar “comprando” o apoio dos prefeitos à reforma da Previdência. “Ora, os prefeitos estiveram, há uma semana, aqui pedindo ao governo recursos para conseguirem fechar suas contas neste ano.

E o que disse Michel Temer?

Não há dinheiro.

De repente, o dinheiro aparece”, afirmou o petista.

Para ele, a sinalização de liberação da verba é uma “chantagem” com os gestores dos municípios.

LEIA TAMBÉM » Por Previdência, governo sinaliza desembolso de R$ 2 bi a prefeitos » No Recife, prefeitos defendem reforma da Previdência » Temer: ‘Se não tiver votos, não tem sentido colocar Previdência em votação’ » Bancada PMDB quer fechar questão sobre reforma da Previdência O governo sinalizou aos prefeitos que pode liberar mais recursos para os municípios em 2018, caso a reforma da Previdência seja aprovada e a situação econômica do País continue melhorando, segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.

O governo já havia sinalizado R$ 2 bilhões e agora fala em mais R$ 2 bilhões no ano que vem.

Como há o teto de gastos, que limita o avanço das despesas ao ritmo da inflação, não é possível apenas criar um novo gasto sem um corte na mesma medida em outra despesa, mesmo que haja recuperação robusta da arrecadação em 2018. » Governo contabiliza cerca de 325 votos favoráveis à Previdência, diz Maia » Reforma da Previdência é o principal assunto da semana na Câmara » Temer janta com base aliada e articula votos para reforma da Previdência “Só que, para receberem, eles têm que se submeter à chantagem de forçar os parlamentares a votar por essa nefasta reforma da Previdência, uma reforma de cujo escopo não se tem conhecimento – não sabemos o que é essa reforma –, mas que já tem apoio comprado a peso de ouro”, afirmou Humberto Costa no Senado.

O oposicionista criticou o apoio dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), à reforma. “Ora, como uma reforma que vai mexer sensivelmente com o futuro de milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas e que não foi nem discutida ou mesmo apresentada aos Líderes no Congresso já tem até cronograma de votação?”, questionou. “Como é possível que se trate dos temas mais caros ao povo brasileiro dessa maneira absolutamente desrespeitosa e atentatória à representação popular, acertada em gabinetes, em jantares custeados com dinheiro público, onde o único interesse que prevalece é o político-partidário-eleitoral mais raso?, perguntou ainda. » Resenha Política analisa Previdência e indefinição do PT para 2018 » Alckmin afirma que reforma da Previdência terá apoio do PSDB » Saiba o que prevê a nova proposta de reforma da Previdência » ‘Reformar a Previdência significa enfrentar privilégios’, diz Bruno Araújo “Estão todos sob o manto desse miserável governo, um governo que transaciona direitos constitucionais, civis e sociais, para que uma parcela podre do parlamento avance em suas pautas retrógradas, em troca do apoio às suas reformas pretensamente modernizadoras. É uma negociata de balcão de feira ampliado a cada dia.” Veja o que prevê a nova proposta de reforma da Previdência reforma previdencia 1 - reforma previdencia 2 - reforma previdencia 3 - reforma previdencia 4 - reforma previdencia 5 - reforma previdencia 6 - reforma previdencia 7 - reforma previdencia 8 - Bolsonaro e MBL Humberto Costa ainda criticou o projeto de lei que está tramitando na Câmara dos Deputados e pode proibir o aborto em todas as situações, incluindo as que hoje são previstas por lei: em casos de estupro, risco de vida à mãe e feto com anencefalia. “É uma monstruosidade, que devolve o Brasil à Idade Média”, opinou o senador, afirmando que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) tem apoio da base aliada de Michel Temer. “É assim que se passa com o Deputado Jair Bolsonaro, é assim que se passa com esses patetas descerebrados que compõem o MBL, por exemplo.”