O coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio, Pablo Cerdeira, explica que ‘fake news’ não é algo novo: boatos e notícias falsas sempre circularam.
Porém, de acordo com ele, a questão é que agora isso tomou mais relevância e pode interferir no resultado das próximas eleições no Brasil, especialmente pela facilidade de comunicação que temos nos dias atuais. “A proliferação de notícias falsas e a atuação de robôs na internet podem acarretar problemas nas eleições brasileiras de 2018, a exemplo do que ocorreu nas campanhas americanas e francesas, de Hillary Clinton e Emmanuel Macron.
Há notícias dadas que são obviamente falsas e outras que estão numa área cinzenta.
Por isso, acredito muito mais no trabalho da sociedade para combater essas fake news, em parceira com as empresas de mídia”, diz Pablo Cerdeira.
O professor ressalta que a ação insidiosa dos que criam e propagam fake news na internet e lançam mão de contas automatizadas nas redes sociais – os chamados robôs – representa uma séria ameaça. “Infla artificialmente a representatividade de candidatos e ideias e desvirtua o debate público durante a campanha eleitoral do ano que vem”.
Pablo Cerdeira lembra, no entanto, que a liberdade de expressão é debate “antigo” para padrões da internet.
Segundo ele, a questão já era discutida, quando se começou o processo de elaboração do Marco Civil da Internet. “Desde lá fica claro que, para assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, qualquer remoção de conteúdo dependeria expressamente de ordem judicial”, afirma.