Possível candidato ao governo de Pernambuco em 2018, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) prevê que a disputa deve ir para o segundo turno.

Para o petebista, o quadro atual, com o governador Paulo Câmara (PSB) tentando reeleição, além de um nome do PT - provavelmente Marília Arraes - e um da frente de oposição - que pode ser o dele -, já está montado um cenário em que, ao contrário de 2014, nenhum dos candidatos deve atingir mais da metade dos votos no primeiro turno.

Armando foi o entrevistado do cientista político Antônio Lavareda, neste sábado (2), no 20 minutos. “Eu não vislumbro a questão de uma decisão no primeiro turno com um quadro de múltiplas candidaturas”, afirmou. “Há todas as condições para essa eleição ir para o segundo turno.” Em 2014, Paulo Câmara venceu no primeiro turno com 68,08% dos votos, enquanto Armando Monteiro obteve 31,07%.

O senador admitiu que, por disputar reeleição, o possível adversário tem uma vantagem “a princípio”, mas aproveitou para criticar a gestão dele.

Para o parlamentar, há um marasmo na economia, uma inquietação na segurança e um reconhecimento de que Pernambuco perdeu voz no plano nacional. “Por tudo isso acho que vamos ter seguramente uma candidatura vitoriosa nas oposições”, disse.

Armando Monteiro se reuniu em uma frente de oposição ao ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM); ao deputado federal Bruno Araújo (PSDB), ex-ministro das Cidades; ao ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, e ao pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho, que tenta levar o PMDB, principal aliado de Paulo Câmara, para o campo adversário.

Deles, Araújo e Coelho se colocaram como possíveis candidatos.

Armando endossa o discurso de que não é o momento para lançar um nome da oposição. “Eu tenho dito que a gente não pode começar esse processo penso em para quem, mas para quê. nós temos que oferecer para pernambuco algo novo, um nova agenda, um novo projeto.

Quem vai liderar esse processo, eu acho que a própria dinâmica vai definir”, defendeu.

Mesmo assim, considera que tem vantagens. “Eu fui candidato em 2014, o nosso nome está naturalmente colocado, mas evidentemente eu não vou impor”, afirmou.

Armando lembrou também que tem com ele, além do PTB, o PRB, o Avante e o Podemos em Pernambuco.

Candidatura do PT Após tentar aplicar, em discurso, ao PSB a pecha de “golpista” para afastá-lo do PT, Armando Monteiro admitiu que os dois partidos têm se reunido no plano nacional e que essa aliança pode se consolidar também no plano local. “Isso se dá sobretudo no interesse da candidatura de Lula”, avalia.

Apesar de não estar no palanque do ex-presidente, ele o afagou, afirmando que Pernambuco tem “dever de gratidão” com o petista.

Questionado se apoiaria as candidaturas de Bruno Araújo e de Fernando Bezerra, mesmo eles sendo aliados do presidente Michel Temer (PMDB), afirmou: “Ao longo desse período mais recente na história de Pernambuco, muitas contradições aparentes ocorreram.

Veja os históricos de alianças, adversários que se reuniram.

O fato é o seguinte: você precisa identificar nessas pessoas, como eu identifico, credenciais, do ponto de vista político, para que você possa ao lado delas oferecer a pernambuco um caminho.

O que há hoje é um sentimento de mudança muito forte em Pernambuco.

O que eu percebo é o fim de um ciclo, da dominação de um partido que já vai alcançar 12 anos.”