Em busca do número de votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, o governo de Michel Temer resolveu investir em publicidade.
Além dos R$ 100 milhões que já havia gasto este ano para tratar do tema, liberou mais R$ 70 milhões para usar em nova campanha de publicidade defendendo a reforma.
O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), disse acreditar que a decisão de gastar mais de R$ 170 milhões com publicidade mostra como o dinheiro público tem sido mal gerido pelo governo de Michel Temer. “Falta dinheiro para absolutamente tudo neste país: saúde, educação, infraestrutura.
Mas Temer sempre arranja um jeito de usar o dinheiro público para atender aos seus interesses.
Este projeto de reforma da Previdência é um descalabro, praticamente decreta o fim da aposentadoria no Brasil”, afirmou o senador. “Na campanha publicitária, o governo afirma que a reforma da Previdência deverá “combater os privilégios".
Temer está usando dinheiro público para mentir na televisão.
Que privilégios têm um trabalhador que vai ter, agora, que contribuir uma vida inteira, por 40 anos, e torcer para estar vivo e poder receber a aposentadoria integral?
Privilégio teve Temer, que se aposentou aos 55 anos e recebe mais de 30 mil reais.
Deste privilégio ele não quer abrir mão”, disse Humberto Costa.
Situação tenta votos A bancada do Governo trabalha em diversas frentes para garantir a votação da Reforma da Previdência na Câmara ainda no mês de dezembro.
Para convencer os parlamentares, estão sendo realizadas diversas reuniões internas entre os partidos políticos da base e consultores legislativos e técnicos do Executivo, especialistas em previdência, para explicar as mudanças no texto e o teor da Emenda Aglutinativa apresentada pelo relator, deputado Arthur Maia.
O objetivo é atingir os 308 votos necessários para a aprovação da Emenda Constitucional em plenário, em dois turnos de votação.
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder do Governo na Câmara, esteve com integrantes do Renova Previdência, grupo suprapartidário composto por influenciadores da sociedade civil, que se dizem preocupados com o futuro do País.
Segundo informaram no encontro, o setor produtivo apoia a reforma, está confiante e só aguarda sua aprovação para voltar a investir.
Segundo informaram integrantes do Renova Previdência, muitos pequenos e médios empresários, geradores de emprego, optaram por deixar o País e migrar seus negócios para países como o Paraguai, que têm custos bem mais baixos.
Na avaliação do grupo Renova Previdência, muitos deputados resistem em bater de frente com categorias do serviço público, que lutam para manter seus privilégios, por conta do indefinido cenário político e eleitoral do ano que vem. “A oposição acredita que a população não vai distinguir um político que foi contra ou a favor da reforma, mesmo com uma melhora acentuada da economia e da qualidade de vida das pessoas, e trabalha com a tática da “terra arrasada”. “Esta estratégia foi utilizada pela Rússia contra a França de Napoleão e a Alemanha Nazista e consiste na retirada civil e militar do território em conflito, destruindo tudo o que existe para que a tropa inimiga que adentra o território encontre um ambiente hostil.
Este é o PT do quanto pior melhor em ação”, afirmou o deputado Darcísio Perondi.
O grupo, que tem a frase “se não renovar, o Brasil vai quebrar” como slogan, pretende seguir seu trabalho de “corpo a corpo” e convencimento junto aos deputados.
O Renova Previdência entende que a aprovação da reforma é urgente, sob pena de o gasto com a seguridade social consumir toda a arrecadação do orçamento federal, comprometendo a capacidade de investimentos em educação, saúde, transporte e segurança.
No manifesto que divulgaram, afirmam que estão preocupados com a herança que vão deixar para seus filhos. “Apoiamos a reforma.
Ela é fundamental para acabar com privilégios de uma parcela de servidores públicos e alguns setores”.