Sem alarde, após a Operação Torrentes, recursos já disponíveis para a Casa Militar do orçamento de 2017 foram remanejados.

O decreto 45.343, assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) em 23 de novembro, retirou recursos da defesa civil, sobre responsabilidade da Casa Militar, alocando os mesmos na FUNDARPE, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Cultura.

Fontes do próprio Governo, sob reserva, negam que a mudança de recursos tenha relação com a operação.

Dizem que se tratou de uma movimentação “corriqueira” de recursos orçamentários.

A decisão de Paulo Câmara de retirar recursos da Casa Militar ocorre menos de um mês após a Polícia Federal deflagrar a Operação Torrentes, que investiga supostos desvios de recursos federais para enchentes recebidos pelo Governo do Estado entre 2010 e 2017.

A Operação da Polícia Federal teve como alvo exatamente a área de defesa civil da Casa Militar, que agora perde os recursos no orçamento.

Na semana passada, o governador Paulo Câmara exonerou o coronel Fábio Rosendo do cargo de secretário-executivo de Defesa Civil da Casa Militar em ato assinado na sexta-feira (24) e publicado no Diário Oficial de sábado (25).

A Operação foi deflagrada pela Polícia Federal em 9 de novembro.

Em 21 de novembro, a Polícia Federal fez uma nova fase da Operação, com novas prisões, alegando fatos novos descobertos na investigação.

Na primeira fase da Operação, Fábio Rosendo foi preso cautelarmente.

Na segunda fase, pagou fiança.