A convite da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério dos Direitos Humanos, o deputado Ossesio Silva (PRB) participou em Brasília da mesa de debates sobre Racismo no Futebol.
O convite foi feito em reconhecimento à iniciativa do parlamentar como autor da lei estadual nº 15.776/16, que determina a divulgação em local visível, nos campos de futebol, de placas com os dizeres “Diga Não Ao Racismo”.
A lei será implementada em outros estados em conjunto com ações afirmativas de combate ao racismo no futebol.
O evento também marcou o lançamento do Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol.
Durante o encontro, o parlamentar lembrou o caso de racismo ocorrido ano passado, na Ilha do Retiro, no clássico entre Sport e Náutico, quando um torcedor alvirrubro foi flagrado na arquibancada dirigindo-se à equipe rubro-negra imitando macaco. “Este episódio lamentável repercutiu em todo o Estado e na ocasião apresentei na Assembleia Legislativa do meu estado um voto de repúdio que foi assinado pelos 49 parlamentares daquela Casa”.
Ossesio Silva também destacou que o Sport tomou as medidas cabíveis e o Náutico divulgou nota de repúdio.
Os dois clubes também afirmaram que a atitude racista do torcedor não reflete a posição do Náutico nem do Sport, que são contra o racismo. “Em pleno século 21, é lamentável que ainda tenhamos que nos deparar com situações discriminatórias como essa”, diz o parlamentar. “Em Pernambuco os negros constituem 60% da população e lá existe racismo”. “É preciso conscientizar os torcedores sobre a gravidade do racismo.
Enquanto não forem punidos, esses criminosos continuarão manchando a beleza do futebol”.
O deputado explicou, também, que a Lei foi implementada em Pernambuco na campanha do MPPE, “Diga Não ao Racismo”, direcionada à conscientização das torcidas, jogadores e dirigentes de futebol.
A iniciativa recebeu apoio dos três maiores clubes da capital (Sport, Náutico e Santa Cruz), da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e das Polícias Militar e Civil.
A campanha pretende levar informação e cobrar dos clubes o cumprimento da lei estadual de autoria do deputado Ossesio.
Participaram do debate, em Brasília, o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Gustavo Perrella; o secretário especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo; e o representante do Superior Tribunal Justiça Desportiva do Futebol José Perdiz; além do árbitro Márcio Chagas, vítima de ofensas raciais dentro de campo, e dos jogadores Fernando Armando dos Santos e Marcelo Carvalho, do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.