O novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, pretende ter como foco nas eleições de 2018 o combate às chamadas ‘fake news’, boatos que se espalham na internet com cara de notícias, confundindo eleitores.
Essas páginas falsas provocaram barulho nos últimos processos eleitorais dos Estados Unidos e da França. “Hoje cada brasileiro tem um smartphone e cada um está conectado à internet, então o combate a esse crime será dificílimo.
Mas estaremos preparados”, afirmou Segovia em entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo.
LEIA TAMBÉM » Só ao crime organizado interessa briga entre PF e MPF, diz Segovia » Foco da PF em Pernambuco é combate à corrupção, diz Segovia Para o diretor-geral da PF, a ação deve ser junto a outros órgãos. “Já apareceram no processo eleitoral americano e de certa maneira influenciaram na eleição daquele país.
O que a gente espera é se preparar, a Polícia Federal junto às demais organizações brasileiras como Ministério Público Federal e Tribunal Superior Eleitoral, para o combate efetivo desse crime na internet”, afirmou Segovia.
O TSE anunciou há um mês que estava montando uma força-tarefa com o Ministério da Defesa, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a própria PF para evitar o impacto negativo de mentiras nas eleições.
No tribunal, o tema é visto com preocupação pois considera-se que os órgãos estejam “navegando em um mar sem bússola”.
As ‘fake news’ atingiram as campanhas americanas e francesas, de Hillary Clinton e Emmanuel Mácron.
Em menor escala, chegaram a influenciar também a campanha de Dilma Rousseff em 2014, quando centenas de beneficiários do Bolsa Família lotaram agências da Caixa Econômica Federal após boatos sobre o fim do programa social.
Na época, a PF concluiu que o boato “foi espontâneo”.
A avaliação é de que é muito tênue a linha entre o combate às mentiras e o cerceamento à liberdade de expressão.
O chefe da Polícia Federal esteve no Recife nessa sexta-feira (24) para a posse do novo superintendente regional da corporação, Cairo Costa Duarte.