De volta à Câmara dos Deputados após um ano e meio no Ministério das Cidades, o tucano Bruno Araújo (PE) continua apoiando o presidente Michel Temer (PMDB) na principal pauta do peemedebista atualmente: a reforma da Previdência. “Vou votar por essa reforma.
Vou votar pelas minhas filhas, pelo desenvolvimento do País e pelo enfrentamento aos privilégios”, afirmou nesta sexta-feira (24), em entrevista à Rádio Jornal Caruaru.
Há quase dois anos, quando Araújo foi o 342º voto a favor da abertura do impeachment de Dilma Rousseff (PT), os deputados ficaram marcados pelos votos “pela família”.
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Dos 25 deputados do Estado, apenas cinco se manifestaram a favor da reforma em levantamento feito pelo Jornal do Commercio. “Espero que a bancada de Pernambuco tenha a mesma coragem histórica que os pernambucanos sempre tiveram, ao invés do discurso fácil”, defendeu. » Ministros alertam deputados de crise em 2018 sem reforma da Previdência » Oposição ataca jantar de Temer sobre Previdência: ‘cinismo sem tamanho’ » Jucá diz que Senado só vota reforma da Previdência em 2018 » Maia admite que está longe dos 308 votos para aprovar reforma da Previdência Bruno Araújo argumentou que a reforma é para reduzir as aposentadorias que ultrapassam o teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), hoje em R$ 5.531,31.
Isso porque as novas regras atingem os servidores públicos, que têm hoje um regime diferenciado, com integrantes do funcionalismo que podem receber integralmente. “Alguém quer manter as super aposentadorias de 30, 40 mil reais?
Ainda quer ver o trabalhador que ganha um salário mínimo completar o pagamento dessas super aposentadorias?
Alguém ainda quer ver a população que ganha R$ 16 mil se aposente aos 42 anos?”, questionou. “Reformar a Previdência significa enfrentar privilégios, significa impedir a transferência que hoje é feita dos pobres para os ricos.”