Os dois oficiais da Polícia Militar que foram alvos de mandados de prisão domiciliar na Operação Torrentes foram liberados em audiência de custódia nessa terça-feira (21).

Já oito pessoas ligadas ao núcleo empresarial do suposto esquema tiveram a prisão preventiva mantida.

Um está foragido.

Ao coronel Fábio de Alcântara Rosendo, secretário-executivo de Defesa Civil, e ao tenente-coronel Laurinaldo Félix do Nascimento, coordenador administrativo da Casa Militar, foram aplicadas medidas alternativas que incluem o pagamento fiança de 10 salários mínimos, suspensão da função pública, proibição de frequentar a secretaria, apreensão do passaporte e proibição de falar com os demais investigados.

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A Torrentes investiga supostas fraudes em contratos de assistência às vítimas das enchentes na Mata Sul pernambucana em 2010 e 2017, com foco na Casa Militar.

A apuração começou a partir de um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) em 2016 apontando irregularidades como superfaturamento em 15 licitações entre 2010 e 2015.

Novos materiais O responsável pela audiência de custódia foi o juiz federal Rafael Chalegre do Rêgo.

A magistrada que expediu os mandados foi a juíza federal Carolina Souza Malta, que havia negado a prorrogação das prisões temporárias há uma semana. » Juíza nega prorrogação de prisões na Operação Torrentes » Tenente-coronel alvo da Operação Torrentes vai para prisão domiciliar » Cena de operação impacta valorização de Pernambuco, diz ministro » Paulo diz não estar preocupado com impacto político de operação da PF De acordo com a Polícia Federal, a análise de materiais apreendidos quando a Torrentes foi deflagrada, no dia 9, levou aos novos pedidos.

O governo Paulo Câmara (PSB) não vai se pronunciar sobre os novos mandados.

Segundo o Palácio do Campo das Princesas, os dois foram afastados da administração na semana passada e já há novos nomes para os cargos.

Prisão preventiva Seis homens foram levados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), na Região Metropolitana do Recife.

Entre eles está o empresário Ricardo José de Padilha Carício, dono da FJW, uma das principais empresas investigadas.

Padilha já havia ficado cinco dias no Cotel por causa da Torrentes e antes também havia sido preso por causa da Operação Mata Norte, em que a FJW também é alvo por suposto esquema de desvio de recursos na merenda escolar na cidade de Lagoa do Carro.

A empresa venceu uma licitação para vender produtos regionais, como bolo de rolo, no Aeroporto Internacional do Recife. » Expulso da PM, Joel da Harpa quer processo contra presos em operação » Em dia de operação da PF em Pernambuco, sessão da Alepe dura 11 minutos » Secretário-executivo e coordenador da Casa Militar são presos em operação da PF » Empresário preso na Operação Torrentes estava solto há um mês Heverton Soares da Silva também foi encaminhado ao Cotel.

A quebra de registros telefônicos dele levou a uma ligação encontrada pela PF com o PSB.

Chamou a atenção dos investigadores que, na véspera da eleição de 2014, quando Paulo Câmara venceu o pleito ainda no primeiro turno, houve um saque de R$ 2 milhões da conta bancária da FJW.

A retirada do dinheiro foi feita, segundo a PF, por Heverton.

Depois, de acordo com os registros, ele esteve próximo à casa de outro alvo da primeira fase de operação, que, em seguida, foi à sede do partido.

Além deles, foram levados para o Cotel Ricardo Henrique Reis dos Santos, Ricardo José de Padilha Carício, Ítalo Henrique Silva Jaques e Emmanoel Feliciano Ribeiro.

Foram para a Colônia Penal Feminina do Recife Taciana Santos Costa e Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha, mulher do empresário Ricardo José de Padilha Carício.