O líder da Oposição do Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou o governo Temer por insistir na reforma da Previdência.
Caso passe a reforma, restará ao PT apenas ter defendido o corporativismo estatal. “Não satisfeito em destruir os direitos trabalhistas no país e rasgar a histórica CLT, o governo ilegítimo de Michel Temer, investe agora contra os aposentados e pensionistas brasileiros com a espúria articulação feita com verba pública e com o toma-lá-dá-cá de cargos para votar a reforma da Previdência no Congresso Nacional”, reclamou. “O Palácio do Planalto e seus aliados querem aumentar a idade mínima, acabar com o regime previdenciário próprio dos servidores públicos e elevar o tempo de contribuição, medidas inadmissíveis sem uma ampla discussão com todos os setores sociais, principalmente neste momento em que o país está mergulhado no caos por conta de uma gestão altamente desastrosa”. “Afogado em denúncias, asfixiado pela rejeição popular e com uma base mantida à custa do saque do dinheiro do brasileiro, esse presidente golpista insiste em aprovar uma reforma que vai destruir a segurança de uma velhice tranquila. É um governo de asnos, jericos e jumentos, a começar pelo presidente da República.
E quero aqui, aliás, me desculpar com esses animais, que não merecem esse tipo de comparação.", usou de ironia. “Mais de R$ 20 milhões do orçamento da União foram gastos em uma campanha de publicidade mentirosa para convencer os brasileiros dessa barbaridade que se quer perpetrar.
As peças publicitárias são cretinas e elegem os servidores públicos como inimigos da população, sendo que uma delas diz: tem muita gente no Brasil que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo.
Quem fala essa atrocidade é o governo de um presidente que se aposentou aos 55 anos sem nunca ter pegado no pesado e, hoje, ganha R$ 33 mil por mês. É mais um ato calhorda de uma gestão moribunda”, atacou.
Sim.
O líder da Oposição, ao final, reconhece que o sistema previdenciário brasileiro está longe de ser perfeito e deve ser corrigido. “Mas esse é um trabalho que não pode ser feito sem a participação de todos os setores sociais e, muito menos, por uma gestão sem absolutamente nenhuma credibilidade como a de Temer”.
Fala de Meirelles O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a dizer nesta terça-feira, 21, que a necessidade de uma reforma da Previdência é uma questão numérica, e não de opinião.
Ele disse que deve se encontrar nesta terça ou nesta quarta-feira com o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA), para detalhar a formatação final do novo texto que será levado ao plenário da Câmara. “O período de transição, a idade mínima e o regime único entre trabalhadores privados e servidores são os pontos fundamentais do substitutivo”, repetiu, em audiência pública conjunta entre diversas comissões da Câmara dos Deputados.
Nesta terça-feira, Meirelles lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) e órgão internacionais auditaram a Previdência a constataram a existência do déficit. “A reforma da Previdência não pode esperar, é uma questão numérica e não de opinião.
Os números são massacrantes: em dez anos, 80% do orçamento irá para Previdência e nem o Congresso terá condições de trabalhar”, completou.
Segundo o ministro, se a reforma da Previdência não for aprovada o País terá que viver com as consequências. “O risco País voltará a crescer ou não?
Os juros irão crescer?
A recessão irá voltar?”, alertou.
Questionado se o governo errou ao aprovar o Teto de Gastos antes da reforma da Previdência, Meirelles respondeu que o teto foi importante para dar segurança à economia e permitir que inflação e os juros caíssem neste ano.
Perguntado ainda por que os militares ficaram de fora da reforma da Previdência, o ministro respondeu que a previdência das Forças Armadas tem legislação própria e “será atacada no devido momento”.
Com informações da agência Estado