Apresentando-se como ‘defensor do Mais Médicos desde o seu início’, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou, nesta terça-feira (21), o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), por ter proibido a abertura de novos cursos no Brasil pelos próximos cinco anos.

Costa tratou o tema com ironia. “Com a medida, o ministro foi promovido de função, passando de demolidor de programas sociais, como o FIES e o Ciência sem Fronteiras, para o cargo de coveiro do Mais Médicos, responsável por deslocar profissionais para favelas, aldeais, quilombos e comunidades isoladas”. “Esse Mendoncinha Mãos de Tesouras é um gênio da educação.

Não abrir mais vagas em cursos de medicina significa das duas, uma: ou vamos passar o resto da vida dependendo de Cuba para inserir médicos em locais que nunca tiveram ou então vamos mandar os cubanos embora e voltaremos ao tempo em que o povo só via médico pela televisão”, afirmou. “A “genialidade” do ministro segue atendendo interesses corporativos em detrimento da população. É uma vergonha que seja um ministro do Estado de Pernambuco.

Mas vamos resistir a isso.

Nem o brasileiro mais pessimista acreditaria que, em um ano e meio de golpe, o Brasil seria dirigido por verdadeiras máquinas destruidoras do serviço público como essas que estão aí”, disse, em mais um ataque. “A suspensão de novos cursos de medicina por cinco anos é inamissível em um país que apresenta déficit de mais de 50 mil médicos como o Brasil, onde a presidente Dilma teve que intervir rapidamente para garantir atendimento médico justo a 70 milhões de brasileiros.

O DEM, partido de Mendoncinha, fez de tudo para acabar com o programa, responsável pela vinda de mais de 10 mil médicos estrangeiros, muitos dos quais cubanos”. “Muitos hidrófobos diziam por aí que eles iriam matar os pacientes.

E o que, de fato, houve?

Houve um êxito total do programa, aprovado por quase 90% da população, com redução sensível de doenças.

Enquanto trabalhávamos com profissionais de outros países, nós investimos na formação dos nossos, autorizando a abertura de novas faculdades para formar mais médicos.

E, agora, Temer e Mendonça estrangulam o programa e impedem esse avanço”, afirmou. “O governo realiza um galopante desmonte do país para fazer acenos ao mercado e ao capital estrangeiro e que o ataque a direitos sob o pretexto da modernidade é a venda descarada do futuro do povo para favorecer os mais ricos. É essa a sangria que nós temos que estancar por meio do voto que mande Temer e seus aliados para o lixo da história, que é o lugar que bem lhes cabe”, atacou, em discurso.