Neste domingo, em um sinal mais do que claro, o articulador da visita do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a Pernambuco, o ex-ministro das Cidades Bruno Araújo, deputado federal pelo mesmo partido, faltou às agendas do aliado na tarde deste domingo (19).

Araújo, que rompeu com o PSB nas eleições de 2016 e está na frente de oposição ao governador Paulo Câmara, não foi à casa da ex-primeira-dama Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, nem à residência do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), aliado de Paulo Câmara.

Os socialistas não comentaram, mas teve secretário socialista aparentemente escalado para dar o recado.

O deputado federal pernambucano e presidente estadual do PSD, André de Paula, admitiu a possibilidade de aliança entre o PSDB e o PSB no Estado.

Mas sob certas condicionantes.

O parlamentar fez uma espécie de avaliação sobre o futuro em torno das negociações, a nível nacional. “Se o PSDB pretende ter o apoio do PSB a candidatura de Geraldo Alckmin lá em cima, ele vai ter que negociar.

Nessa negociação a primeira moeda, sem dúvida nenhuma, será o Estado onde o PSB tem a prerrogativa de ver o seu governador candidato à reeleição.

Então não se assustem se amanhã o ex-ministro Bruno Araújo tiver, em função de uma questão nacional, que se somar ao governador Paulo Câmara”, declarou.

A fala foi dada em participação no programa Cidade em Foco da Rede Agreste de Radio, comandando pelo radialista Alberes Xavier, onde esteve falando sobre a sua preocupação com os fechamentos de agências bancarias em Pernambuco e comentou a conjuntura política.

O deputado federal pernambucano e presidente estadual do PSD, André de Paula, admitiu a possibilidade de aliança entre o PT e o PSB no Estado “Eu nunca fiz política nem vetando e nem aceitando vetos (…).

O PT é um partido que tem uma militância, que tem uma história, que tem um conjunto de ideias e que tem quadros da melhor categoria.

A gente não pode estigmatizar um partido que tem a importância como o PT tem por conta do equívoco de alguns dos seus dirigentes”, destacou.

André que se manteve como oposição a governos petistas a nível nacional, afirmou que a possível aliança do PSB e o PT em Pernambuco contam com o seu apoio. “Eu olho sem nenhuma ressalva a fazer, eu até estímulo (…).

Se amanhã a gente tiver a possibilidade de construir uma aliança que una PSB e PT, sob a liderança do governador Paulo Câmara e em torno de propostas que sirvam aos pernambucanos e a Pernambuco, ela conta com o meu apoio”, ratificou.

Ao ser questionado sobre os riscos que a reeleição do governador Paulo Câmara pode ter com a formação de um frente ampla de oposição no Estado, André de Paula apontou para a dificuldade em unificar o palanque oposicionista. “Eu acho que é uma equação dificílima você fazer com que essa oposição marche junta (…).

Você imaginar que no mesmo palanque você pode juntar o PT e três ministros do presidente Michel Temer é quase impossível”, disse. “As eleições 2018 no Estado sofrerão forte influência da conjuntura nacional.

Essa é uma eleição que sofre fortíssima interferência e influência da eleição nacional.

Quando a gente disputa uma eleição municipal, é uma eleição solteira, onde o que vale muitas vezes é o prestígio do político, já a eleição estadual necessariamente reproduz arranjos políticos nacionais", avaliou.

André de Paula admitiu que com a unificação da oposição, a situação da eleição se dificultaria para o governador Paulo Câmara. “O caminho ainda está muito aberto, se nós tivéssemos todas as forças políticas que estão na oposição a Paulo Câmara unidas, nós teríamos uma eleição dificílima, mas essas forças políticas não tem condição de marchar juntas em torno de um candidato só, então eu acho que o governador Paulo Câmara continua em uma situação muito confortável”, afirmou.

LEIA TAMBÉM » Após visita a Renata, Alckmin diz que aliança é ‘tema mais para a frente’ » Moradores do Pilar aproveitam visita de Alckmin, ‘homem de São Paulo’, para cobrar moradia Neste domingo, questionado pelo blog, o parlamentar tucano reduziu a importância da ausência nos dois eventos e disse que acabou assumindo outros compromissos partidários esta tarde. “Por Renata, pela família e do ponto de vista pessoal, eu tenho uma relação de respeito.

São pessoas importantes, são importantes para a vida política de Pernambuco e para quem eu rendo todo o meu respeito e as minhas homenagens”, disse, de forma protocolar.

Foto: Leo Motta/JC Imagem Bruno Araújo, um dos defensores da candidatura do governador de São Paulo à presidência em 2018, também minimizou as especulações de que Renata Campos seria a vice de Alckmin. » Alckmin diz que não precisa ser presidente do PSDB para atuar por unificação “Vamos fazer tudo o que pudermos para fortalecer o desenho da chapa nacional.

No plano local temos aliança com muitos outros partidos que podem votar conosco no plano nacional, como pode ser o caso do PTB de Armando Monteiro e do DEM de Mendonça Filho”, disse. “Isso envolve algo muito além do PSDB de Pernambuco, que tem sua postura muito firme de apresentar uma outra proposta (de oposição a Paulo Câmara) aos pernambucanos.” Foto: Leo Motta/Divulgação Aliados do PSB em 2014, os tucanos foram expulsos do governo em 2016, quando decidiram lançar a candidatura do deputado federal Daniel Coelho para a Prefeitura do Recife, contra o prefeito Geraldo Julio – que esteve com Alckmin na casa de Renata Campos mais cedo, no domingo. » Alckmin defende autonomia de Suape, prometida por Temer » Queremos aliança com o PSB, mas não depende só de nós, diz Alckmin Este ano, com a consolidação de uma frente de oposição, Bruno Araújo tem se encontrado com outras lideranças contrárias a Paulo Câmara.

Uma delas é o ministro da Educação, Mendonça Filho, do DEM, partido também retirado do governo por ter colocado o nome da deputada estadual Priscila Krause na disputa com Geraldo.

Os outros são os senadores Armando Monteiro (PTB), derrotado por Paulo em 2014, e Fernando Bezerra Coelho, filiado recentemente ao PMDB com a intenção de levar o partido, hoje principal aliado, para a oposição.