O deputado federal Jarbas Vasconcelos, do PMDB, disse, neste domingo, durante o primeiro dia da visita do tucano Geraldo Alckmin ao Recife, que dará apoio ao presidenciável, mesmo que o seu partido não feche aliança com o governador de São Paulo. “Eu apoio Alckmin com apoio do PMDB oficial ou como dissidente (…) vou fazer palanque para ele”, disse o pernambucano.
Se o PMDB não apoiar, Jarbas disse que vira dissidente.
Segundo o deputado, o palanque para o tucano é algo certo “com apoio do PMDB oficial ou como dissidente”.
A ressalva foi feita porque o ex-senador Jarbas Vasconcelos trava uma disputa judicial contra a filiação do ex-socialista Fernando Bezerra Coelho ao PMDB.
Ninguém do PSB se pronunciou oficialmente sobre a fala, que pode ser interpretada apenas como uma deferência do ex-governador com o colega paulista.
O tucano veio a Pernambuco em busca de apoio do PSB na candidatura à presidência em 20018.
Em São Paulo, o PSDB é aliado ao PSB, que indicou o vice-governador Márcio França.
O encontro contou com a participação do vice-governador de Pernambuco, Raul Henry (PMDB).
O governador Paulo Câmara está nos Estados Unidos.
Além das eleições, os dois caciques falaram durante o encontro sobre a preocupação em relação ao cenário de seca e as alternativas que estão sendo adotadas, como a transposição do Rio São Francisco, que teve o eixo Leste concluído e segue em andamento com o eixo Norte, que passa pelo Ceará e por Pernambuco.
Palanques distintos A costura que Jarbas defendeu não parece fácil de acontecer por aqui, uma vez que em Pernambuco o PSB e o PSDB estão em palanques opostos.
Um exemplo claro do distanciamento foi dado, de forma diplomática, pelo articulador da visita do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a Pernambuco, o ex-ministro das Cidades Bruno Araújo, deputado federal pelo mesmo partido.
Sem nenhum constrangimento, Bruno Araújo faltou às agendas do aliado na tarde deste domingo (19).
Bruno Araújo rompeu com o PSB nas eleições de 2016 e está na frente de oposição ao governador Paulo Câmara.
Nesta tarde, atacado pelos socialistas como integrante de um governo ilegítimo, ele não foi à casa da ex-primeira-dama Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, nem à residência do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), aliado de Paulo Câmara.
LEIA TAMBÉM » Após visita a Renata, Alckmin diz que aliança é ‘tema mais para a frente’ » Moradores do Pilar aproveitam visita de Alckmin, ‘homem de São Paulo’, para cobrar moradia Questionado mais cedo, o parlamentar reduziu a importância da ausência e afirmou que acabou assumindo outros compromissos partidários esta tarde. “Por Renata, pela família e do ponto de vista pessoal, eu tenho uma relação de respeito.
São pessoas importantes, são importantes para a vida política de Pernambuco e para quem eu rendo todo o meu respeito e as minhas homenagens”, disse.
Foto: Leo Motta/JC Imagem Bruno Araújo, um dos defensores da candidatura do governador de São Paulo à presidência em 2018, também minimizou as especulações de que Renata Campos seria a vice de Alckmin. » Alckmin diz que não precisa ser presidente do PSDB para atuar por unificação “Vamos fazer tudo o que pudermos para fortalecer o desenho da chapa nacional.
No plano local temos aliança com muitos outros partidos que podem votar conosco no plano nacional, como pode ser o caso do PTB de Armando Monteiro e do DEM de Mendonça Filho”, disse. “Isso envolve algo muito além do PSDB de Pernambuco, que tem sua postura muito firme de apresentar uma outra proposta (de oposição a Paulo Câmara) aos pernambucanos.” Foto: Leo Motta/Divulgação Aliados do PSB em 2014, os tucanos foram expulsos do governo em 2016, quando decidiram lançar a candidatura do deputado federal Daniel Coelho para a Prefeitura do Recife, contra o prefeito Geraldo Julio – que esteve com Alckmin na casa de Renata Campos mais cedo. » Alckmin defende autonomia de Suape, prometida por Temer » Queremos aliança com o PSB, mas não depende só de nós, diz Alckmin Este ano, com a consolidação de uma frente de oposição, Bruno Araújo tem se encontrado com outras lideranças contrárias a Paulo Câmara.
Uma delas é o ministro da Educação, Mendonça Filho, do DEM, partido também retirado do governo por ter colocado o nome da deputada estadual Priscila Krause na disputa com Geraldo Julio.
Os outros são os senadores Armando Monteiro (PTB), derrotado por Paulo Câmara em 2014, e Fernando Bezerra Coelho, filiado recentemente ao PMDB com a intenção de levar o partido, hoje principal aliado, para a oposição.
Desejo tucano No dia em que encontrou a ex-primeira-dama Renata Campos, viúva de Eduardo Campos e influente no PSB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sinalizou o desejo de ter o apoio dos socialistas.
Renata é cotada nos bastidores a ser vice dele em 2018. “Claro que queremos aliança com o PSB, agora isso não depende só de nós”, afirmou Alckmin neste domingo (19), no Recife.
Na capital pernambucana, o dia começou com encontro com tucanos, em que ele apresentou propostas para a segurança e defendeu a reforma tributária.
A ex-primeira-dama também foi cortejada pelo ex-presidente Lula (PT) há dois meses.
Com o PSDB na oposição desde as eleições de 2016, quando os tucanos foram expulsos do governo Paulo Câmara (PSB), os socialistas ensaiam se reaproximar dos petistas. “Não tenho informações sobre isso, mas independente de qualquer coisa tenho muito apreço pelo PSB”, respondeu, ao ser questionado pelo Blog de Jamildo sobre a reaproximação com o PT, tradicional adversário do PSDB.
O rompimento entre os dois aliados históricos foi em 2013, quando Eduardo Campos decidiu se candidatar à presidência.
Em 2014, o PSB apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.
Os socialistas já têm Marcio França como vice-governador de Alckmin em São Paulo.
Agenda de dois dias no Recife Nesta segunda-feira, Geraldo Alckmin vai visitar a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) onde deve participar de um café da manhã, às 8h.
Em seguida, o tucano participará de uma palestra sobre “Gestão Pública e Desafios do Brasil Contemporâneo” no Paço Alfândega, bairro do Recife, em que vai reunir a comitiva do partido tucano.
Ainda pela manhã, às 11h, o governador de São Paulo vai participar de um debate na Rádio Jornal.
Em seguida, conclui sua agenda com uma visita no Porto Digital.
Alckmin já visitou Pernambuco este ano.
Já em articulação para as eleições do ano que vem, ele emprestou, através da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, conjuntos de motobombas para os dois eixo da transposição do rio São Francisco.
O movimento foi interpretado como uma tentativa de melhorar a popularidade no Nordeste.
Para “marcar território”, ele acompanhou o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, do PMDB, em vistoria ao eixo leste da obra no início do ano, antes da inauguração na Paraíba.
Ao se aproximar da transposição, Alckmin acabou rivalizando com Lula (PT), a quem deve enfrentar em 2018, e com o presidente Michel Temer (PMDB), que ainda não definiu o apoio nas eleições e quer deixar a marca de ter inaugurado a obra após dez anos de serviços.