O líder da bancada governista na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Isaltino Nascimento (PSB), saiu em defesa do governador Paulo Câmara (PSB), após os sindicatos do Estado pedirem ao presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (PDT), para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure as denúncias de supostos desvios de recursos destinados à reconstrução de cidades da Mata Sul do Estado atingidas por enchentes em 2010 e 2017.

De acordo com o deputado estadual, respondeu que o caso já está sob análise dos órgãos competentes, não sendo a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) o melhor fórum para esse fim.

Para o parlamentar socialista, a intenção do pedido de abertura de CPI é politizar o debate. “Não contribuindo em nada para o êxito das investigações”, ressaltou Isaltino Nascimento.

LEIA TAMBÉM » Sindicatos pedem a Uchoa CPI para investigar governo Paulo Câmara » Presos na Operação Torrentes são soltos após cinco dias » Quebra de registros telefônicos ligou coronel preso pela PF ao PSB O ofício para Guilherme Uchoa foi protocolado na Assembleia pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneros, nome defendido por uma ala do PSOL para disputar o governo em 2018, e pelo cientista político Michel Zaidan, um dos articuladores do Pacto pela Vida.

O documento também é assinado por Alexandre Bulhões, presidente do sindicato que representa servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), e por Jesualdo Campos, advogado sindical e candidato a prefeito de Olinda pelo PSOL no ano passado.

Cisneros e Zaidan não conseguiram entregar o pedido a Uchoa.

Quem deve tentar dar encaminhamento à CPI é Edilson Silva (PSOL).

Para abrir a comissão, são necessárias 17 assinaturas de parlamentares, número que a oposição não tem hoje.

O presidente do Sinpol-PE afirmou que o pedido levado à Assembleia foi motivado por uma “omissão” dos deputados em relação às acusações da Operação Torrentes. “Nós não vimos nenhuma mobilização dos deputados estaduais para instalar uma CPI.

Esse é o papel do Legislativo.

No primeiro indício de corrupção deveria ter se instalada uma CPI para investigar se houve ou não corrupção”, disse. » Juíza nega prorrogação de prisões na Operação Torrentes » Em dia de operação da PF em Pernambuco, sessão da Alepe dura 11 minutos Antes de protocolar o pedido de CPI, ele e Zaidan divulgaram um vídeo nas redes sociais afirmando que há uma “imoralidade” e uma postura “servil” do Legislativo. “Já são seis denúncias investigadas pela Polícia Federal apontando indícios de corrupção até agora”, diz Cisneiros na gravação.

A Operação Torrentes investiga supostas fraudes em contratos de assistência às vítimas das enchentes na Mata Sul pernambucana em 2010 e 2017, com foco na Secretaria da Casa Militar.

A apuração começou a partir de um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) em 2016 apontando irregularidades como superfaturamento em 15 licitações entre 2010 e 2015.

Catorze pessoas, entre elas quatro coronéis da Polícia Militar, foram presas, todas liberadas até essa terça-feira (14).

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