Após o anúncio do pedido de demissão de Bruno Araújo do Ministério das Cidades, o deputado federal Betinho Gomes, também do PSDB de Pernambuco, afirmou que a decisão do correligionário foi acertada. “Esse gesto contribuirá muito no sentido de apaziguar os ânimos dentro da nossa legenda”, afirmou o parlamentar, em meio ao racha no partido.

De um lado estão os que, como ele, defendem o desembarque do governo Michel Temer (PMDB) e, do outro, em que está Bruno Araújo, os que querem a manutenção do apoio ao presidente.

LEIA TAMBÉM » Bruno Araújo anuncia saída do governo Michel Temer » Antes de deixar cargo, Bruno Araújo levou Raquel Lyra a Brasília » PP reivindica comando do Ministério das Cidades, que era de Bruno Araújo A decisão sobre a permanência no primeiro escalão deve ser tomada no dia 9 de dezembro, na convenção nacional do partido.

Mesmo sem o pernambucano, os tucanos continuam com três nomes: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). » Temer anula indicação de tucano para posto de vice-líder na Câmara » Bruno Araújo diz que momento é de unificar bancada do PSDB Na carta de demissão entregue a Temer, Araújo alegou não ter apoio do PSDB para se manter no cargo, mas elogiou o aliado.

A saída foi oficializada nesta terça-feira (14).

Com a saída da pasta, Bruno volta ao Congresso. “O retorno de Bruno Araújo ao Parlamento significará um reforço importante no sentido reunificar a nossa bancada”, afirmou Betinho Gomes em nota.

Para Gomes, a decisão de deixar o governo foi de “coragem e desprendimento”. » Bruno Araújo diz que campanha de Elias Gomes fortalece o PSDB » Reforma ministerial de Temer deve diminuir espaço do PSDB » Bruno Araújo reconhece que não fica até março no ministério A vaga do pernambucano era a mais cobiçada pelo Centrão, bancada formada por partidos como PP e PSD, mais fiéis a Temer que cobrava mais espaço no governo e encolhimento do PSDB.

Em agosto, 22 tucanos votaram a favor de Temer e 21 contra.

A pressão só aumentou de partidos como o PP pela pasta das Cidades, até que no mês passado foram 23 votos a favor e 21 contra, na segunda denúncia, e aumentaram as especulações sobre o adiantamento da reforma ministerial.

As mudanças no primeiro escalão estavam previstas só para março ou abril, quando os ministros que vão disputar eleições em 2018 já teriam que deixar os cargos.

Por causa da tentativa de aprovar a reforma da Previdência, Temer deve abrir mais espaço para a base no seu governo.

Leia a carta de demissão de Bruno Araújo