A bancada de oposição se articulou e anunciou que vai protocolar nesta terça-feira (14) um requerimento na comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) convidando o secretário de Planejamento e Gestão, Márcio Stefanni, para detalhar o cronograma de ações da Operação Prontidão.
A Polícia Federal investiga, na Operação Torrentes, supostas fraudes em contratos para assistência às vítimas das enchentes na Mata Sul do Estado em 2010, quando houve a Reconstrução, do governo Eduardo Campos, e deste ano, em que Paulo Câmara (PSB) iniciou a Prontidão.
LEIA TAMBÉM » Juíza nega prorrogação de prisões na Operação Torrentes » Quebra de registros telefônicos ligou coronel preso pela PF ao PSB » Paulo diz não estar preocupado com impacto político de operação da PF » Nova fase da Operação Torrentes investiga ações após enchentes de 2017 O líder da oposição na Assembleia, Silvio Costa Filho (PRB), defende que seja discutido o futuro das ações na Mata Sul a partir da Torrentes.
As investigações foram iniciadas depois que um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) apontou indícios de superfaturamento em 15 licitações feitas entre 2010 e 2015 por causa das enchentes.
O governo nega irregularidades. “Não tenho dúvidas de que a Justiça cumprirá seu papel, mas é importante que a população não seja prejudicada pelas investigações.
Com todo esse núcleo duro detido, como ficam as ações que estavam em curso?
O dinheiro vai ser suspenso?
Os programas param?”, questionou Silvio Costa Filho. “O que falta ser feito?
Qual o cronograma das ações?
Que obras continuam paradas?”, perguntou ainda. » Mata Sul de hoje é melhor do que era em 2010, diz Stefanni » Cena de operação impacta valorização de Pernambuco, diz ministro » Tenente-coronel alvo da Operação Torrentes vai para prisão domiciliar Em maio deste ano, quando cidades da Mata Sul voltaram a ser destruídas após as chuvas, Paulo Câmara pediu ao presidente Michel Temer (PMDB) a liberação de R$ 383 milhões para a conclusão das obras de quatro barragens: Igarapeba, no Rio Pirangi, que precisa do maior repasse (R$ 184,3 mil); Panelas (R$ 62,5 mil); Gatos (R$ 67 mil) e Barra de Guabiraba (R$ 69 mil).
Com o PSB rompido com o governo Temer, o dinheiro não foi recebido.
A deputada Priscila Krause (DEM) ainda questionou se os gestores da Casa Militar que foram presos continuarão nos cargos. “Infelizmente tivemos três gestores da Casa Militar, que continuam gestores, detidos por causa de suspeitas de irregularidades.
E depois da prisão provisória eles vão voltar aos seus gabinetes?”, indagou.
Foram presos temporariamente o coronel Fábio de Alcântara Rosendo, secretário-executivo de Defesa Civil, e tentente-coronel Laurinaldo Félix do Nascimento, coordenador administrativo da secretaria. » Expulso da PM, Joel da Harpa quer processo contra presos em operação » Em dia de operação da PF em Pernambuco, sessão da Alepe dura 11 minutos » Secretário-executivo e coordenador da Casa Militar são presos em operação da PF » Empresário preso na Operação Torrentes estava solto há um mês Edilson Silva (PSOL) ainda citou as empresas investigadas. “As empresas que foram utilizadas para fornecer serviços e materiais para a Operação Reconstrução estão praticamente todas fechadas.
Empresas que prestaram serviços com valores vultuosos.
Nesta operação, a Polícia Federal afirma que o modus operandi de 2010 continua em 2017”, afirmou.
Empresas como a FJW, cujo dono foi preso, também é investigada na Operação Mata Norte, que investiga suposta fraude na compra da merenda escolar de Lagoa do Carro.