Os 14 presos na Operação Torrentes, deflagrada pela Polícia Federal nessa quinta-feira (9), foram submetidos a audiência de custódia essa noite.

Deles, apenas um, o tenente-coronel da Polícia Militar Laurinaldo Félix Nascimento, hoje coordenador administrativo da Casa Militar de Pernambuco, teve a prisão domiciliar decretada por precisar de tratamento médico já marcado em um hospital.

Os outros estão em prisão temporária, por um prazo de cinco dias.

A decisão foi da juíza titular da 36ª Vara, Carolina Souza Malta, que concedeu os mandados cumpridos na operação.

Os outros oficiais foram levados para a Academia da Polícia Militar, em Paudalho, na Mata Norte.

Um deles é o atual secretário-executivo de Defesa Civil, o coronel Fábio de Alcântara Rosendo.

Ele integrava a comissão de licitação em 2010.

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A apuração começou após um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) em 2016, analisando 15 licitações ocorridas entre 2010 e 2015.

A ação, que mira a Casa Militar, cumpriu mandados de busca e apreendeu documentos fiscais, computadores, mídias eletrônicas, celulares e discos rígidos.

Os materiais passaram por uma perícia técnica.

Os outros coronéis da PM levados para Paudalho foram Waldemir José Vasconcelos de Araújo, secretário-executivo em 2010, e Roberto Gomes de Melo Filho, coordenador administrativo naquele ano.

A quebra dos registros telefônicos de Melo Filho, hoje gerente geral de Esportes e Lazer no governo Paulo Câmara, levou a Polícia Federal a um elo com o PSB.

Empresário de volta ao Cotel Os empresários presos foram levados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), para cumprir os cinco dias de prisão temporária.

Um deles, Ricardo José de Padilha Carício, já havia ficado preso na unidade por duas semanas no mês passado, por causa das investigações no âmbito da Operação Mata Norte.

A mulher dele, Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha, foi levada para a Colônia Penal Feminina do Recife.

Apenas um mandado de prisão temporária não foi cumprido, o que foi expedido contra Ítalo Henrique Silva Jaques, que deve se entregar esta tarde. » Quebra de registros telefônicos ligou coronel preso pela PF ao PSB » Ex-chefe da Casa Militar e ex-comandante da PM são ouvidos pela PF » Com Casa Militar na mira da PF, governo diz que ação é ‘desproporcional’ » Empresário preso na Operação Torrentes estava solto há um mês A empresa de Padilha, a FJW, foi uma das empresas citadas no suposto esquema.

Ela já estava no alvo da PF e da CGU em outra ação que investiga supostas fraudes no fornecimento de merenda escolar em Lagoa do Carro, município da Mata Norte pernambucana.

Foram levados para o Cotel ainda Antônio Manoel de Andrade Junior, Antônio Trajano da Rocha Neto, Ricardo Henrique Reis dos Santos e Daniel Pereira da Costa Lucas.

Além deles, Heverton Soares da Silva, que, segundo a PF, sacou R$ 2 milhões da conta da FJW na véspera da eleição de 2014 e, de acordo com a quebra dos registros telefônicos, esteve próximo à casa de Melo Filho, que em seguida foi à sede do PSB.

Roseane Santos Andrade e Taciana Santos Costa foram para a Colônia Penal Feminina do Recife.