O centrão voltou, após a votação da segunda denúncia, a cobrar do presidente Michel Temer (PMDB) menos espaço para o PSDB e mais para os partidos que integram o bloco, como o PP, o PR e o PSD.
O cargo mais cobiçado é o do pernambucano Bruno Araújo, que está à frente da pasta de Cidades.
Mesmo que Temer decida mantê-lo na vaga, ele pode sair por decisão dos tucanos em dezembro. “Temos ministros pernambucanos que vão até março, não é o nosso caso”, admitiu Araújo em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (10).
Além dele, há três representantes da bancada do Estado: Fernando Filho (Minas e Energia), Mendonça Filho (Educação) e Raul Jungmann (Defesa).
Uma reforma ministerial já estava prevista para abril, quando os ministros que vão disputar as eleições de 2018 devem deixar os cargos.
Com as cobranças do centrão, porém, deve ser antecipada para até janeiro.
O tucano Bruno Araújo já afirmou que vai seguir a orientação do PSDB para definir se continua como auxiliar do presidente ou volta para a Câmara dos Deputados.
O partido deve decidir sobre o desembarque do governo na convenção, marcada para o dia 9 de dezembro. “Política tem todas as variáveis, mas tem o limitador da decisão, que pode até acontecer depois, mas é a convenção do partido”, afirmou.
São do PSDB ainda Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).
Os partidos do centrão reclamam que, apesar do espaço dado à sigla, na segunda denúncia a maior parte da bancada tucana votou contra Temer.
Foram 23 votos contrários e 21 favoráveis.
Chamado à Câmara por deputados do PMDB para esclarecer por que Pernambuco tem sido o maior beneficiário da pasta, Bruno Araújo defendeu que a prioridade é dos estados que não estavam no foco antes e eram os menos atendidos.
O ministro enfatizou que, apesar da sua saída, os projetos têm contratos fechados e seguirão em Pernambuco. “Não são contratos entre Bruno Araújo, com o meu CPF e os prefeitos, são contratos assinados entre o governo e o município.
O planejamento econômico e financeiro de 2017 e 2018 está feito, inclusive com o Avançar (programa lançado por Temer nessa quinta-feira, 9)”, afirmou.
De oposição ao governador Paulo Câmara (PSB) - que, por sua vez, está do lado contrário ao de Temer -, Araújo aproveitou para cobrar ao socialista.
O ministro citou o projeto de navegabilidade do rio Capibaribe, afirmando que a gestão deve resolver o imbróglio com os tribunais de contas do Estado e da União, sobre a aplicação dos recursos para a drenagem.