O deputado federal Sílvio Costa, do PT do B, adversário dos socialistas, voltou a criticar, nesta quinta-feira, o governador Paulo Câmara, em um dia em que a Polícia Federal realizou operação no Estado, para investigar supostos desvios nas obras contra as enchentes, na Mata Sul. “O dia de hoje vai ser lembrado como o Rio de Janeiro, com carros da PF na porta do Palácio do Governo.
Mais o que vai ficar mais patente é a falta de liderança de Paulo Câmara.
Em um dia como este, ele não convocou uma coletiva, ele deveria falar e se explicar, mas não é um líder.
Se esconde atrás de uma nota oficial, que agride a inteligência dos pernambucanos” “Paulo Câmara não pode continuar se comportando como o bom moço, apenas o pagador da folha de pessoal em dia”, diz.
Na avaliação de Silvio Costa, os partidos que dão sustentação ao governo do Estado também deveriam se pronunciar.
O parlamentar disse, em relação às eleições de 2018, não ter a menor dúvida de que vai ser relevante o debate ético, em especial no Rio de Janeiro e em Pernambuco. “Sou um dos que quer ver e provocar o debate ético.
Paulo Câmara terá que se explicar, não vai poder passar mais uma eleição sem se explicar.
Em 500 anos da história de Pernambuco, o Estado só teve problemas nas gestões do PSB.
Lá atrás teve os precatórios (com Eduardo Campos e Arraes) e agora novamente.
Paulo Câmara e o PSB não podem mais continuar posando como paladinos da ética”, criticou. “Nas eleições estaduais, o PSB apresentou-se como um bom gestor e falou em nova política.
Tentou vender uma nova embalagens, mas o conteúdo era ruim.
E veja a ironia.
A polícia já foi ao Palácio do Campo das Princesas para prender um homem (Arraes) que defendia a democracia e o povo.
Hoje, foi ao Campo das Princesas para cassar corruptos.
Eu estou indignado”, disse.
Entenda a operação CGU, PF e MPF investigam desvios de recursos públicos da defesa civil em Pernambuco O Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU), em ação conjunta com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), deflagraram, nesta quinta-feira (9), a Operação Torrentes, em Pernambuco.
O objetivo foi desarticular organização criminosa que desviava recursos públicos de convênios firmados pelo Ministério da Integração Nacional com o estado, por intermédio da Secretaria da Casa Militar.
Os valores foram repassados ao estado de Pernambuco em virtude das chuvas torrenciais que alagaram diversos municípios da Mata Sul, nos anos de 2010 e 2017, para realização das denominadas “Operação Reconstrução” e “Operação Prontidão”.
A estimativa é que convênios investigados somem mais R$ 400 milhões.
Segundo os órgãos federais, as contratações eram realizadas com empresas de fachada ou fantasmas que possuíam sócios em comum, além de estarem constituídas em nome de “laranjas”.
A operação aponta desvios em diversas contratações, como: fornecimento de gêneros alimentícios; locação de banheiros químicos; e aquisição de material de cama e banho, colchões e filtros.
Houve, ainda, favorecimento e direcionamento de certames licitatórios e não comprovação da regular aplicação dos recursos, quer seja pela não prestação dos serviços, quer seja pela não entrega dos bens contratados.
A ação contou com a participação de 25 servidores da CGU e 257 policiais federais.
Estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão temporária, 37 de busca e apreensão e 20 de condução coercitiva, nas localidades de Camaragibe, Itambé, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Recife, todas no estado de Pernambuco.