O secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Márcio Stefanni, saiu em defesa dos governos Paulo Câmara e Eduardo Campos, ambos do PSB, nesta quinta-feira (9), após a deflagração da Operação Torrentes pela Polícia Federal.
A apuração é de supostas fraudes em contratos para a assistência de vítimas das enchentes de 2010. “É bom lembrar que a Mata Sul de hoje é melhor do que era em 2010”, afirmou Stefanni à Rádio Jornal.
Para o secretário, a Operação Reconstrução, do governo Eduardo para reerguer as cidades da região atingidas pelas enchentes, foi “exitosa”.
LEIA TAMBÉM » PF mira Casa Militar em operação contra suposta fraude em contratos após enchentes de 2010 » Em dia de operação da PF em Pernambuco, sessão da Alepe dura 11 minutos » Secretário-executivo e coordenador da Casa Militar são presos em operação da PF Já de acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), houve desvio de parte dos R$ 450 milhões repassados pela União para que o Estado contratasse materiais urgentes de auxílio às vítimas, como a compra de colchões e alimentos e a locação de banheiros químicos.
Uma nova fase da operação vai calcular quanto teria sido desviado.
Os órgãos ainda investigam se houve fraudes nas licitações para atender às vítimas das enchentes que voltaram a devastar os mesmos municípios em maio deste ano. “Estamos com prazo aberto para responder questionamentos”, afirmou Stefanni. » Ex-chefe da Casa Militar e ex-comandante da PM são ouvidos pela PF » Com Casa Militar na mira da PF, governo diz que ação é ‘desproporcional’ » Empresário preso na Operação Torrentes estava solto há um mês O auxiliar de Paulo Câmara ainda defendeu a ação do governo.
O secretário enfatizou que a barragem de Serro Azul “segurou parte das águas”, mas reconheceu a paralisação nas obras de quatro outras. “As obras não foram concluídas porque não houve o repasse dos recursos que foram combinados”, justificou, atribuindo a culpa ao governo federal.
O secretário frisou ainda que a Operação Reconstrução é considerada exitosa pelo governo e citou a construção de cinco hospitais, o Regional de Palmares e os municipais de Água Preta, Cortês, Barreiros e Jaqueira, além da entrega de 12 mil casas.
Quase 100 mil pessoas ficaram desabrigadas em Pernambuco e Alagoas em 2010.
Stefanni considerou o mandado judicial “muito genérico” e concordou com a nota divulgada mais cedo pelo Governo do Estado afirmando que a ação foi “desproporcional”.
O secretário disse que houve um “aparato imenso” onde não havia documentos da operação e uma “força muito menor” no prédio da Defesa Civil, na área central do Recife. “Pernambuco resiste”, disse o auxiliar de Paulo Câmara. “O governo é um dos mais transparentes do Brasil, todos os rankings mostram isso.” Foram presos na ação quatro coronéis da Polícia Militar de Pernambuco.
Entre os nomes estão Fábio de Alcântara Rosendo, secretário-executivo de Defesa Civil, e Laurinaldo Félix do Nascimento, coordenador administrativo da secretaria.
Rosendo integrava a comissão de licitação e Nascimento era pregoeiro e chefe da licitação em 2010.
Além deles, Roberto Gomes de Melo Filho, que exercia o cargo de Nascimento em 2010, e Waldemir José Vasconcelos de Araújo, secretário-executivo naquele ano.