Após o anúncio de que o delegado Fernando Segovia assumirá o comando da Polícia Federal, entidades ligadas à corporação se posicionaram sobre o assunto.
Enquanto delegados criticaram a escolha, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirmou que ele “é o que demonstrou mais condições de assumir os trabalhos do órgão nos próximos anos”.
A federação afirmou em nota que é contra a reserva de cargos de comando para delegados, mas que, entre os nomes cotados pelo governo Michel Temer (PMDB), era a melhor opção. “O novo diretor-geral já demonstrou interesse em ampliar o debate com os policiais federais”, afirmou a entidade.
Um novo nome para a diretoria-geral da PF já era negociado desde que maio, quando o ministro da Justiça, Torquato Jardim, assumiu a pasta.
Alegando estar cansado, Leandro Daiello, então diretor-geral da PF - que é responsável pelas principais investigações de combate à corrupção - pôs o cargo à disposição e disse que iria se aposentar.
A pressão do PMDB sobre o ministro para que troque o comando da pasta se intensificou desde a deflagração da Operação Tesouro Perdido, no dia 5 de setembro, que descobriu o bunker dos R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
Além disso, o Palácio do Planalto também não escondeu a irritação com o “vazamento” de um relatório da Polícia Federal sobre o chamado “quadrilhão do PMDB”, que embasou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer enterrada em votação na Câmara Federal.
Ex-superintendente da PF no Maranhão, Segovia tem relação com o ex-presidente José Sarney e, nos bastidores, era visto como o nome que o PMDB queria indicar para a vaga.
O Planalto chegou a cotar Rogério Galloro, número 2 de Daiello, que chegou a ser fotografado em um almoço com Torquato.
No entanto, ele vai assumir a diretoria Américas da Interpol.
Além de Galloro, Torquato havia dito, em entrevista, que outros dois delegados estariam cotados para a sucessão; um deles era o próprio Segovia.